Luanda - Depois de quatro meses de intensos treinos para o ingresso nos Serviços Prisionais, cerca de 200 candidatos regressaram a casa. Sentem-se afastados. Os Serviços Prisionais negam que haja exclusão, mas admitem que há problemas com a idade e que estão à espera de decisões do Ministério do Interior.

Fonte: NG
DN dos Servios Penitencirios.jpg - 59.35 KBCerca de 200 candidatos ao ingresso nos Serviços Prisionais acusam a instituição de os ter afastado sem ter dado quaisquer explicações. Ao todo, são 198 que foram chamados para fazerem os testes escritos, físicos e a inspecção médica, em Outubro de 2014.

Por indicação dos Serviços Prisionais, abriram conta no Banco de Poupança e Crédito (BPC). Na última semana de Fevereiro que, por sinal, estava agendada a graduação, foram retirados da parada e mandados trocar a farda com a explicação de que voltariam dez dias depois. Passado esse tempo, voltaram, mas, de novo, foram mandados para casa.

O porta-voz dos Serviços Prisionais, Menezes Cassoma, contactado pelo NG, confirma que esses 198 candidatos estão a aguardar por indicações, garantindo, no entanto, que “não foram afastados” e que o processo está a ser tratado no Ministério do Interior.

Feito um confronto das idades, os Serviços Prisionais constataram a existência de “candidatos com idade superior a 35 anos”, o que contraria o que é “exigido para o ingresso a função pública”. Menezes Cassoma salienta que há candidatos com 49 anos. Estes que foram mandados para casa “serão chamados ainda este ano” e que “não se devem precipitar ou agitar as águas”. “Ninguém foi escorraçado”, prometeu.

A instrução militar e o curso básico intensivo de técnica penitenciária (que encerra amanhã) foi frequentado por mais de três mil novos candidatos. Na abertura, em Janeiro, o director nacional dos Serviços Prisionais, comissário prisional principal, António Joaquim Fortunato, havia solicitado aos formandos a “aproveitar da melhor forma os conhecimentos para o êxito das funções, sobretudo no processo de reabilitação e ressocialização dos reclusos dentro da carta universal dos direitos humanos”. Nesse grupo, constavam os 198 ‘excluídos’ que agora foram enviados para casa. Na altura, António Joaquim Fortunato prometeu que os candidatos iriam preencher as vagas existentes em Luanda.

Os Serviços Prisionais têm, actualmente, 22.826 reclusos, sendo 12 mil condenados e 10.749 detidos preventivamente. Os candidatos fizeram toda a formação na Escola de Técnica Penitenciária, em Viana, Luanda.