JA bajular e como uma lesma que se arrasta perante os seus patrões
E parece que o Quintino de Morais abriu a vala de oportunidades para que determinados ou determinadas representantes se manifestassem em nome do Povo. Mas precisamente em nome das mulheres que são as maiores vítimas da poligamia. Alguém da classe soube, por iniciativa própria ou não, aproveitar as chances para ser timoneiro da nave em que os mesmos navegam. Boa missão para quem está em situação, supostamente, não suspeitosa e que precisa mesmo mostrar trabalho. Já que a boca do povo, que mal fala de todo mundo, andou por aí dizendo que essa representante chegou onde chegou em situações inexplicáveis. Em situações em que se fazendo o uso do bom senso e da razão,a explicação poderia tornar-se uma calunia produto de intrigas e má fé. É mesmo difícil que a razão e o bom senso esteja a favor dessa gente. Como os tempos mudaram!?
É a prova de que o Jornal de Angola agora passa a fingir, e quanto mais a compactuar com a hipocrisia, quem sabe até mesmo com a mentira. Ora vejamos, onde estava o Jornal de Angola quando toda Lusofonia anunciou escancaradamente a compra estrondosa dos dez por cento do banco português BPI no valor de 164 milhões de euros? Acaso os angolanos, que noutro hora eram até informados sobre o canibalismo de nossos vinhos zairenses e até os nossos patriotas da região norte de Angola, agora precisam ficar desinformados sobre os lances milionários que só algumas das personalidades têm o privilégio de realizar? Porque tudo podem e tudo devem, até serem paparicados pelo mesmo Jornal.
Os desastres sociais em nossa sociedade são tantos, como consequência dos desleixos governamental e das nossas autoridades, que o mesmo Jornal sempre encara os mesmo fatos como uma simples visão fatalista ou do acaso; onde esteve o senso crítico do Jornal de Angola quando o prédio da DNIC caiu? Ao contrário, ainda limitou-se a elogiar o Camarada Presidente e o seu Grande Ministro! E a penalizar pessoas inocentes como o Nelo de Carvalho! Onde está o senso crítico atual do Jornal de Angola com relação ao sistema de saúde angolano, com relação aos hospitais públicos da Capital ou até do país inteiro, onde os médicos só consultam a base de cambalaxos e todas as práticas possíveis de corrupção que existem? Onde as clínicas particulares e de luxo tornaram-se impraticáveis e inviáveis para quem é pobre e assalariado?
Onde está a pesquisa jornalística feita, que caracteriza a saga e o heroísmo dos grandes jornalistas, que realizou-se quando mais da metade da imprensa nacional, a privada, denunciou que o ex-ministro da fazenda, aquele que ganhou o prêmio do melhor ministro da África; revelou-se ser, finalmente, que é um ladrão, um bandido, um mafioso e que ainda foi simplesmente exonerado, em vez de ser demitido e processado, como verdadeiramente se deveria fazer num regime democrático e de direito. Onde nem os criminosos como ele estão acima da lei.
A questão aqui não é nem se quer fazer do mesmo Jornal um saco de críticas contra as inépcias do Governo que temos no poder, que tanto merecia, mas ao menos fazer da crítica social um instrumento de e para a educação desse povo. Pelo menos o Jornal de Angola deveria prestar-se para isso, mas não! O que sim pode e sabe muito bem é bajular, bajular e bajular como uma lesma que se arrasta perante os seus patrões.
E vamos dar, sim, uma lição de como se pode fazer uma crítica ousada, elegante, educativa e sem muita hipocrisia. Quem sabe até sem ofender e machucar os patrões, já que muitos deles de tanto comodismo e bem estar em que estão rodeados, possivelmente, perderam a capacidade de pensar e raciocinar. Perderam o bom senso, a razão e a lucidez! Eu, sinceramente, jamais gostaria de chegar a esse nível. Não troco por fortuna nenhuma deste mundo a minha lucidez! Por ela eu lutaria até morrer! Até não poder mais. Enfim, por ela eu renegaria essa falsa vida, e hipócrita vida, que vocês têm levado por aí.
Em vez de ficarmos criticando, o infeliz, triste e idiota do Quintino de Moreira, e fazer de heroína a certas personalidades. Primeiro deveríamos partir do princípio de que a poligamia é um problema social que já existe e intensificou-se nos últimos trinta anos com a tomada do poder daqueles que deveriam combater e evitar a mesma. E nunca, que eu saiba, interessaram-se em combater a mesma, pelo menos em questões práticas. Ao contrário, os mesmos com suas atitudes arrogantes, poderosas, machistas e com todos os atributos que caracterizam os corruptos e os malversadores, andaram fomentando com a má distribuição de poder e riquezas a poligamia. O Quintino de Moreira, a pesar da estupidez e da infelicidade retratada no seu rosto, é que deveria ser visto como um herói de verdade, porque pelo menos teve a coragem de levantar o mesmo problema, mesmo que tenha sido de um jeito sanzaleiro e primitivo.
A poligamia existe e deve ser combatida. E não usando simplesmente argumentos feminista de quem aparentemente foi bem educada e precisa mostrar o seu lado de Isadora Danca, ou de mulher rebelde e contestadora. A poligamia não se combate, simplesmente, com o feminismo burguês e desgastante, falso e cheirando à alho. Ela é um fenômeno dos vícios burgueses herdados numa sociedade escravocrata que passou pelo colonialismo acariciada como uma prostituta que não teme o pecado e a maldição. E ela hoje é fomentada com a graça e a divindade da injustiça social e desse capitalismo angolano e africano( algo primitivo), que só usa a tradição para propalar e enaltecer os seus vícios. E faz da suposta modernidade ou globalização um pretexto para abandonar, discriminar e explorar toda uma nação de pessoas simples e humildes em sua própria terra.
Poligamia ou a lei do mais forte - Welwitschea dos Santos "Tchizé"
* Nelo de Carvalho,Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
Fonte: WWW.blog.comunidades.net/nelo