Muitas coisas têm fácil solução;
é uma questão de vontade política

Temos que nos contentar, bater palmas só, para o (pouco) que se está a fazer, para o (muito) que se está a deixar de fazer e, para o mal como estão a ser feitas muitas coisas?! Tenho que aceitar, que uma obra que se faz hoje, um ano depois, por uma chuvinha, vai tudo abaixo? O meu amigo reptou-me, a que me explicasse melhor, então; comecei por recordar ao meu amigo, porque eu sei que ele sabe, que mesmo nos países desenvolvidos (todo o mundo sabe quais são, né?), acostumados a dinâmicas de execução de grande projectos, com toda estrutura política, técnica e administrativa, e cultura de gestão dos projectos, os mesmos são ainda passados pelo crivo da crítica; isto não cria nenhum bloqueio, nem nenhuma inimizade, nem desejos de vingança; isto é salutar, é útil, é bom para o próprio projecto e para gestão eficiente dos recursos; gestão eficiente dos recursos, financeiros, técnicos, humanos; perguntei ao meu amigo: você sabe realmente, quanto custam as obras, por exemplo?

Não te preocupa, que pelos sobre custos destas obras, produto do ocultismo, você deixa de construir uma escola ou um hospital? E não te preocupa, que ano trás ano, todos os anos, milhares de crianças, jovens e mesmo adultos, ficam fora do sistema, não pela falta de recursos mas, pela utilização ineficiente e inapropriada dos recursos? Disse ao meu amigo que, por exemplo,  não estaria contra a organização do Afrobasquet se, a perspectiva de construção de pavilhões (infra-estrutura), fosse mais amplia: a volta dos pavilhões, deviam surgir centros poli desportivos e culturais, não só com a capacidade massificação desportiva, mas também com a capacidade de formação de monitores desportivos, monitores sócio culturais, profissionais de educação física, etc.; Assim, tínhamos feito um investimento com rentabilidade social a largo prazo; como se explica agora, que os pavilhões estejam aí abandonados? Como se explica agora, que surja o debate sobre a ocupação da juventude nos tempos livres? Então a perspectiva deve ser organizar uma competição só? E exemplos, não faltam.

 Mas o que mais me preocupa, são os bloqueios que existem no sistema; perguntei ao meu amigo: sabe quanto custa, constituir uma empresa? Sabe quanto custa, conseguir um alvará? Sabe quanto custa, conseguir um empréstimo bancário? Sabe quanto custa, solucionar qualquer incidente através dos órgãos de justiça? E sabe que, chega um momento, que não tem mesmo solução que o abandono total, desistir, porque de forma muito velada, surgem recadinhos, de ameaça, advertências, etc.? Então o meu amigo respondeu, dizendo, que as coisas têm o seu tempo...utilizou a   expressão popular: não adianta correr muito que podes tropeçar! Respondi ao meu amigo, que a questão não era correr e tropeçar; a questão, é devida ou morte; disse ao meu amigo, que cada dia que você adia a construção do hospital, que pode construir, porque tem recursos, é gente que morre!

Disse ao meu amigo, que cada dia que você adia a organização dos serviços, a estruturarão dos protocolos de prevenção e actuação, é gente que morre! Disse ao meu amigo, que cada dia que você deixa de implantar o sistema legal no país, é a injustiça que se alastra e se instala! Não  há tempo... temos que correr, saltar; passemos a um amplio plano de formação continuado dos nossos funcionários; passemos a um amplio plano de solução aos nossos problemas; mudemos o nosso horário de trabalho; Mudemos o nosso ritmo de trabalho...o país tem que trabalhar 24x24 horas, 365 dias!

Disse ao meu amigo, que muitas coisas têm fácil solução; é uma questão de vontade política: se o governo aprovar a Lei de contratação da obra pública, com exposição pública do projecto, etc. daríamos um salto qualitativo enorme no controle da sangria de recursos que representa a obra pública no país; se o governo aprovar a Lei que obriga as administrações públicas a prestar informação a agentes sociais legais, associações várias, desde juvenis, desportivas, culturais, empresarias, etc., penalizando mesmo a negação da informação, melhoraríamos em muito a gestão da coisa pública!

Não pode ser que todos os anos, milhares de jovens fiquem fora da escola; todos os anos, milhares de pessoas faleçam por doenças curáveis; que ciclicamente, somos assolados por brotes de doenças aparentemente controlado; algo está a ser mal feito e, há que mudar as pessoas que não conseguem dar solução aos problemas; assim e a título de exemplo, devemos mudar pessoas como o Delegado da Educação de Luanda, que apela as pessoas, a procurarem escolas no extra-rádio...Este é a solução que ele encontrou para o grave deficit de lugares nas escolas no centro urbano, que todos os anos se repetem, que ele conhece, mas que foi incapaz de influir na solução, já que foram construir fora do centro, onde agora há lugares a mais...ou então, se o Soma é um cabola mais, que se tire mesmo esse Ministro, que é incapaz de constituir uma equipa capaz, de dar solução aos problemas!

E fico por aqui,  com a educação, porque é a base da reconstrução; podíamos continuar, apontando erros de incompetência em todos os sectores do país. Deixo a critério dos leitores.

Muito obrigado

* João Ondaka yasunga (Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.)
Fonte: Club-k