Luanda - O rastreio do cancro do útero nas maternidades diminuiu com sucesso a sua incidência, principalmente em adolescentes em idade fértil, afirmou nesta quarta-feira, a médica Antonieta Lucango.

Fonte: Angop

A especialista da maternidade Lucrécia Paim, em declarações à Angop, referiu que o rastreio através de colpocitologia tem ajudado a reduzir acentuadamente a mortalidade por carcinoma de células escamosas, que engloba 80-90 porcento do total de cancros cervicais.

Antonieta Lucango que não avançou números de mulheres que acorrem ao rastreio do cancro do útero, teste papanicolau, disse que o rastreio é fundamental para detectar alterações cervicais antes da manifestação de sintomas, e permite ao médico detectar células anómalas antes do cancro se desenvolver.

Segundo a responsável, cerca de 90 porcento das infecções por vírus do papiloma humano (VPH) são transitórias, tornando-se indetectáveis em um a dois anos.

Adiantou que as mulheres cujas infecções persistem são as que estão em risco significativo de desenvolver lesões pré-cancerosas, e uma estratégia de rastreio óptima deve identificar os percursores que possam evoluir para cancros invasivos e evitar a detecção e tratamento desnecessário de infecções transitórias por VPH.

A identificação e o tratamento de células anómalas pode prevenir a maioria dos cancros cervicais, sendo rastreio útil para detectar cancros precoces, numa altura em que o tratamento tem maior probabilidade de ser eficaz.

“Nos últimos tempos , o número de casos de cancro do colo do útero diagnosticados anualmente tem vindo a diminuir, fenómeno que os médicos atribuem sobretudo ao sucesso do rastreio”, assegurou.

Recomendou as mulheres a realizarem o exame de papanicolau três anos após terem iniciado a sua actividade sexual ou aos 21 anos, devendo ser realizado de três em três anos.

As mulheres com idades compreendidas entre os 65 e os 70 anos e que, durante os últimos 10 anos, tenham realizado pelo menos três exames de papanicolau com resultados normais e nenhum exame com alterações, podem decidir, depois de abordar a questão com o seu médico, deixar de realizar o rastreio do cancro do colo do útero.

Aconselhou igualmente a todas as mulheres que tenham sido submetidas a histerectomia (cirurgia) para remoção do útero e do colo do útero, também designada por histerectomia total, não necessitam de realizar o rastreio do cancro do colo do útero.

Câncer do útero é um tumor maligno dos tecidos do útero, e afecta principalmente dois locais o colo do útero e o endométrio (revestimento do útero), e em casos raros, o músculo uterino é afectado por um tipo de cancro conhecido como leiomiossarcoma.