Luanda - O governador da província de Luanda reconheceu nesta quinta-feira, 02 de Abril, a dívida reclamada pelas empresas de recolha de resíduos na capital, mas recusa que este seja argumento para que o lixo fique nas ruas, como está a acontecer.

Fonte: Lusa
Camies de lixo.jpg - 14.00 KB"O que nós não aceitámos é que as empresas que participam do sistema de recolha de resíduos utilizem a dívida como argumento para não realizarem o seu trabalho. Assumimos dívida, nós vamos pagar a dívida, ela está no sistema. Agora elas têm de estar suficientemente organizadas para poderem viver quando ocorrem atrasos no pagamento", afirmou Graciano Domingos.

O governador provincial falava aos jornalistas no final da reunião do Conselho de Ministros de Angola, encontro extraordinário em que, entre outros diplomas, foi aprovada estatuto orgânico do Instituto de Planeamento e Gestão Urbana de Luanda.

A dívida do Governo Provincial de Luanda e o lixo que se vai amontoando, em quantidades fora do normal, por toda a zona metropolitana foram assuntos abordados numa reunião que Graciano Domingos manteve, quarta-feira, com as empresas de recolha de resíduos, tendo então apelado ao "sentido patriótico" destas.

Em simultâneo foi criada uma equipa conjunta entre o governo provincial e o Ministério das Finanças para analisar o problema. "Uma equipa de trabalho que está a proceder ao levantamento global da dívida, certificar a fonte desta dívida e, no final, será estabelecido um cronograma de pagamentos", garantiu.

Para o governador, e apesar da dívida reconhecida, a situação demonstra que muitas destas empresas "não estão vocacionadas e preparadas" para exercer esta atividade. "Não pode ser logo por um atraso de dois ou três meses que a empresa já não paga salários, que já não tem capacidade operacional", sustentou.

Graciano Domingos garante que o problema foi até agora "minimizado" pela intervenção da Empresa de Saneamento e Limpeza de Luanda (ELISAL), mas garante que o lixo por recolher nas ruas, numa província com cerca de 6,5 milhões de habitantes, não será permitido. "Isto nós não vamos tolerar. Vamos fazer uma avaliação das empresas que estão no sistema e fazer com que fiquem aquelas que têm capacidade", concluiu o governador.