São Paulo - A Igreja Universal do Reino de Deus, em mais uma de suas campanhas marqueteiras, absurdas e anti-bíblicas, colocou à venda escrituras de sociedade com Deus. Mediante a oferta depositada, o fiel recebe um contrato que lhe da direitos sobre o Criador, o qual passa a ser seu sócio, e pode exigir as bênçãos que supostamente lhe correspondem. 

*Marcos Paulo
Fonte: Portal Metropole
Para “autenticar” o contrato, 70 pastores da IURD estariam selando o documento com o sangue do cordeiro, e à partir de então o contrato passaria a ter valor legal ante Deus.

O vídeo da divulgação da venda das escrituras foi vazada por um grupo na internet. O programa foi transmitido na internet pelo site da Igreja Universal.

No vídeo o pastor que ali comandava disse que fiéis já estariam comprando a novidade, os chamados "contratos da fé" são escrituras de "terrenos no céu". Com a compra do papel, o fiel teria direito a um terreno celestial.

As escrituras não tiveram valor estimado ou divulgado no vídeo, mas a compra delas é sucesso entre os fiéis de mais de 70 igrejas da universal.

De salientar que a 31 de Dezembro de 2012, em Luanda, um total de 16 cidadãos angolanos perderam a vida quando participavam uma vigília da IURD, designada "Vigília da Virada - Dia do Fim", em consequência de esmagamento e asfixia provocadas pela grande afluência de populares. Entre as vítimas havia três crianças com idades entre os três e quatro anos, além 120 feridos.  

Após a tragédia o governo angolano abriu um processo-crime contra a direcção da referida igreja. Segundo Júlia Rosa de Lacerda Gonçalves, da Direcção Nacional de Investigação Penal da Procuradoria-Geral da República (DNIAP-PGR), “neste momento, estamos a aguardar a realização daquilo que achamos ser o último acto processual para, posteriormente, remetermos o processo para o tribunal competente”, disse.

Júlia Lacerda argumentou que o acto está ser feito por uma instituição que não está vinculada à DNIAP-PGR, pelo que a responsabilidade do atraso recai sobre ela, garantindo que brevemente será finalizado. “O importante não é concluir o processo no prazo compreendido, mas sim instaurar devidamente o processo, ainda mais neste caso, que tem muita gente envolvida”, justificou.

Desde que a IURD organizou o “Dia do Fim” que provocou várias mortes, já se passou três anos. Na época, a Polícia Nacional alegou que o ocorrido deveu-se ao facto de terem aparecido mais fiéis do que as expectativas da organização, o que causou excessiva lotação no interior e exterior do estádio.

Devido a isso, a IURD ficou impedida de realizar actividades religiosas durante três meses. A interdição foi anulada no dia 30 de Março de 2013. Na altura, ficou determinado que a igreja seria alvo de fiscalizações permanentes da Procuradoria Geral da República, dos Ministérios do Interior, da Justiça e Direitos Humanos e Cultura.