Luanda - Miguel Maria N ́zau Puna, antigo Secretário Geral e Ministro dos Assuntos Internos da UNITA, foi o convidado do Programa “Memórias da Independência” da TV ZIMBO , desta quinta‐feira(28.05). Aquele antigo “braço direito” do veterano Jonas Malheiro Savimbi, apresentou‐se diante de Galiano, o apresentador do referido programa, numa quase rara vertente: despido de quaisquer preconceitos quanto ao seu papel na UNITA e o papel desta no processo que conduziu a independência nacional, o que mostra que afinal o tempo não só sara feridas, mas também refina as mentes.

Fonte: Club-k.net

Puna, que segundo contou, rompeu com o velho guerrilheiro, apos este o querer amputar a assumpção pública perante os EUA e consequentemente da opinião pública internacional, das mortes de Tito Chingunji e Wilson dos Santos, este último, o primeiro membro da delegação da UNITA a chegar á Luanda em 1975, apos a assinatura dos famigerados Acordos de Alvor, que conduziram a proclamação unilateral da independência de Angola, pelo MPLA de Agostinho Neto.


“Quem ganha a guerra conta a história” Puna, refutou teses muitas vezes sustentadas por altas patentes do regime, de cujo partido ele passou a fazer parte apos ter abandonado as fileiras do também conhecido movimento do galo negro, UNITA. Entre as teses refutadas destacam‐se:

1. As unidades militares da UNITA recebiam guarida dos militares da SWAPO em território angolano;

2. A UNITA não tinha capacidade para ganhar guerra;

3. A UNITA não tinha um exército, mas sim um grupelho de guerrilheiros e muitas outras teses.

Puna sustentou que as unidades militares da UNITA eram de facto fortes, coesas, bem equipadas, disciplinadas e que apenas faltou‐lhes “sorte” para ganhar a guerra. Referindo‐se a tese muito propalada pelo regime, segundo a qual, a UNITA era um instrumento do colonialismo português, o General e diplomata na reforma que conta agora com 72 anos de idade rematou: “Quem ganha a guerra conta a história” ao seu jeito, pelo que, Guilherme Galiano, o excelente apresentador do programa, que diga‐se de passagem saiu‐se muito bem por não tentar cortar raciocínios quando o entrevistado tocasse em questões “sensíveis” para o partido do regime, como acontece com toda a imprensa pública, concluiu: “ . . .E o MPLA. . .” conta ao seu jeito.