Luanda - Advogados de Julino Kalupeteka continuam a enfrentar dificuldades para contactar o seu constituinte antes da primeira audiência com a presença da defesa.

Fonte: VOA

O advogado da Associação Mãos Livres Salvador Freire disse à VOA que a Procuradoria Geral da República não permitiu que a defesa contactasse o líder da seita A Luz do Mundo, antes da nova inquirição confirmada para as próximas horas desta terça-feira, 2.

Freire considera que a próxima audiência será decisiva porque vai permitir que o acusado seja ouvido na presença dos seus defensores podendo os seus primeiros depoimentos ser considerados nulos.

José Julino Kalupeteka, cujos fiéis se envolveram em confrontos mortais com a polícia, está detido preventivamente desde 16 de Abril na cidade do Huambo .

A Associação Mãos Livres, que já escreveu ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas Ban Ki-moon a pedindo uma investigação independente face aos números díspares de mortos nos confrontos, tentou durante várias semanas assumir a defesa de Kalupeteka, o que só se concretizou a 20 de Maio.

A mediatização deste caso motivou a condenação dos seguidores de Kalupeteka, por mais de uma vez, do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.

Talvez por isso, a Mãos Livres afirma que dificilmente Kalupeteka terá um julgamento "justo".

Em causa estão os confrontos de 16 de Abril na Serra Sumi, província do Huambo, entre a polícia, que tentava dar cumprimento a um mandado de captura contra Kalupeteka e outros dirigentes daquela seita ilegal em Angola, e alguns fiéis que estavam concentrados no acampamento daquela igreja.

A oposição angolana, aponta para "várias centenas" de mortos entre os seguidores da seita.