Lisboa - O Serviço de Investigação Criminal (SIC), que substituiu a DNIC, está na iminência de realizar buscas em casa do jornalista Rafael Marques de Morais, para apreensão de todos os meios electrónicos e papéis que tenha em casa.
Fonte: Club-k.net
Órgãos Judiciais instrumentalizados pelo SISM
A operação está a ser instruída pelo Serviço de Inteligência e Segurança Militar (SISM), na pessoa do chefe da Direcção Principal da Contra-Inteligência Militar (DPCIM), tenente-general José Filomeno Afonso Peres “Filó”.
No dia 21 de Junho, um dia após a detenção dos jovens acusados de tentativa de golpe de Estado, o tenente-general Filó deslocou-se à Unidade Operativa de Luanda, da Polícia Nacional, onde transmitiu as instruções para que o ministro do Interior, Ângelo de Barros Tavares accione os mecanismos policiais para realizar as buscas em casa do jornalista.
Sabe-se que os operativos do ministro terão pedido alguns dias para organizarem melhor a operação, no sentido de evitar muitas reacções adversas à eventual detenção do jornalista e ao confisco de todos os seus meios de trabalho. Por outra, segundo informações fidedignas obtidas pelo Club-K, os conselheiros do ministro tê-lo-ão aconselhado a ponderar uma acusação contra Rafael Marques, como suposto golpista, sem provas ou com as que existem.
O SIC tem estado a trabalhar afincadamente no material apreendido aos 15 jovens para encontrarem quaisquer provas que possam sustentar a acusação, mas até agora não encontraram nada, segundo fontes internas.
Na realidade, a operação mandatada pelo tenente-general Filó, cujos operativos deverão participar nas buscas à referida residência, visa, segundo as nossas fontes, impedir o jornalista de continuar a escrever, mantendo-o sob constante pressão política e judicial.