Personalidades angolanas que residem em Portugal, algumas até agora afectas à UNITA, preparam manifesto de apoio ao MPLA. Brevemente, aqui no NL.

Nesse sentido, o presidente da UNITA apelou para a união dos militantes na organização, que afirma ambicionar a vitória nas eleições legislativas e a "maioria qualificada" na Assembleia Nacional.

Na sua intervenção, recordou que, além das eleições legislativas, o ano de 2008 será marcado por "frenéticas" actividades e "manobras" económicas nos círculos do poder, devido à disponibilidade pela primeira vez na história do país de mais de 30 mil milhões de dólares.

"Afirmamos que enquanto isso a maioria dos angolanos continua aprisionada no ciclo da pobreza. Os salários continuarão insuficientes para cobrir o constante aumento do custo de vida", salientou Isaías Samakuva.

Na sua intervenção o líder da UNITA considerou haver atrasos no processo eleitoral, frisando que, passados mais de quatro meses, o Tribunal Supremo não se pronunciou sobre a constitucionalidade da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e da lei eleitoral que irá governar as eleições.

"A CNE ainda não certificou os cadernos eleitorais, nem apresentou ao país o seu plano logístico nacional para realizar as eleições, e a data das presidenciais ainda não foi anunciada nem decretada e a prossecução dos interesses nacionais continua refém dos interesses de grupo", disse Samakuva.

Relativamente à intolerância política que o seu partido tem sistematicamente reclamado afirmou que "os pronunciamentos do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, sobre a necessidade da tolerância, o respeito pela diferença, não foram suficientes para demover os seus colegas do Bureau Político do MPLA em incitar tais actos (de intolerância) só para merecerem a desaprovação geral da sociedade".

A UNITA prevê vencer as legislativas deste ano, tendo Isaías Samakuva considerado que um dos objectivos do partido centra-se na instalação de um sistema de governo republicano em 2008 e a adopção de soluções "realistas" para acabar com a pobreza e a "exclusão social" e a negociação de um "pacto de estabilidade" para garantir que qualquer mudança seja feita, sem "revanchismos", com "grandeza moral" e "no interesse de todos".

Nessa perspectiva, prometeu que quarta-feira transmitirá ao país aquilo que considera a "pedra de toque" da UNITA para a disputa eleitoral que se avizinha.

Outro objectivo estratégico da UNITA após a vitória eleitoral tem a ver com o estabelecimento em Angola de um Estado Democrático e de Direito.

"Os angolanos têm dois instrumentos para alcançar este objectivo. Primeiro as eleições legislativas de 2008 e segundo as presidenciais de 2009", frisou.

"Para alcançar o objectivo estratégico do partido é necessário que as forças da mudança vençam as eleições legislativas por maioria absoluta", afirmou Samakuva.

A reunião do Comité Permanente da UNITA analisará a composição dos candidatos para a próxima legislatura e o perfil dos futuros deputados.

Vai também aprovar o programa de Governo da UNITA, a mensagem eleitoral e a estrutura organizativa para a campanha eleitoral, seu controlo e a fiscalização da votação. Integram o Comité Permanente 75 membros.

Fonte: NL