Luanda - Há 5 anos, valia perto de 600 milhões de dólares e era um dos principais grupos económicos angolanos. Hoje, a Escom já vendeu os seus últimos ativos de peso em Angola e está a virar-se para o vizinho Congo-Brazaville. A Geni, do general João de Matos, foi a compradora dos ativos que restavam: as minas de diamantes de Tchiedji.

Fonte: AM

Nas prospecção das minas, de acordo com o jornal Expresso, a Escom investiu nos últimos anos 240 milhões de dólares. As concessões são consideradas valiosas – uma zona de aluvião onde a extração está pronta a começar e um kimberlito (rocha) que ainda necessita de mais trabalhos.

A venda era urgente, dado que a licença poderia não ser renovada, quando caducasse. O jornal adianta que o controlo da indústria de diamantes angolana parece estar a ser disputado entre o general João de Matos, ministro da Defesa, e o chefe da Casa Militar do presidente, Hélder Vieira Dias “Kopelipa”.

Apanhada pela queda do Grupo Espírito Santo quando se preparava a venda à Sonangol, a Escom parece ter as suas atividades em Angola condenadas. Tem estado a vender ativos e a despedir em massa, e de 1.400 trabalhadores em todo o país passou a apenas 30.

No final de 2010, Ricardo Salgado e Manuel Vicente, então presidentes do BES e da Sonangol, respetivamente, fecharam acordo para venda da Escom por 480 milhões de dólares. O presidente do grupo, Helder Bataglia, deveria manter uma participação de 10 por cento.

Mas o negócio nunca chegou a concretizar-se e o sinal de 85 milhões de dólares pago à Espirito Santo Resources não foi devolvido. Todos os negócios da Escom em Angola ficaram suspensos até à falência do GES, em 2014. O grupo passou a ser alvo de desconfiança no meio empresarial angolano, segundo o Expresso.

Para a Escom, o futuro parece agora ser a vizinha República do Congo. Perante as dificuldades do grupo, no início deste ano o presidente Denis Sassou Nguesso juntou um grupo de investidores locais para comprar a participação de 67 por cento detida pelo GES, mantendo Bataglia a sua participação e o cargo de presidente.

No ano passado, a empresa congolesa teve uma faturação de 150 milhões de euros. Está a construir um dos maiores complexos de escritórios e residências em Brazaville, projeto entregue ao mesmo arquiteto que projetou as torres Escom em Luanda. Virou-se ainda para a prospecção de um mineral raro, o coltânio.