Luanda - O ministro dos Transportes, Augusto da Silva Tomás, assistiu nesta, quinta-feira, 06 de Agosto, a cerimónia oficial de inauguração dos 72 quilómetros de rota do novo Canal de Suez, no Egipto, um ano após as obras para sua construção terem arrancado.

Fonte: Club-k.net
Acompanhado do embaixador angolano no Egipto (residente no Cairo), António da Costa Fernandes, o ministro Augusto Tomás, participou na cerimónia de inauguração da imponente obra em representação do Governo de Angola.

Centenas de convidados de todo o mundo, entre chefes de Estado e de Governo, diplomatas, entidades religiosas, empresários e jornalistas, assistiram a cerimónia presidida pelo Presidente egípcio Abdel Fatah Al Sisi.

Ao falar a imprensa por ocasião do acto, Augusto Tomás considerou o Canal de Suez como uma obra de capital importância para o comércio regional e mundial, tendo em conta o volume de tráfego que faz a ligação entre o mediterrâneo e o mar vermelho.

O ministro afirmou que o novo Canal de Suez constituiu-se numa infraestrutura que conseguiu equilibrar o capital, físico, tecnológico, humano e financeiro, e ainda por ser uma obra executada num prazo recorde de 12 meses contra os 36 meses inicialmente previstos.

Para o ministro, o empreendimento ora inaugurado dignifica o governo do Egipto e todo o continente africano. Augusto Tomás informou, por outro lado, que existem contactos entre Angola e o Egipto para o reforço da cooperação no domínio da marinha mercante e portos e dos transportes aéreos.

O Canal de Suez, uma das vias navegáveis mais frequentadas do mundo, foi inaugurado em 1896 e nacionalizado pelo presidente Gamal Abdel Nasser, em 1956. Em Junho de 1967, na sequência da Guerra dos Seis Dias, entre Israel e o Egipto, a Jordânia e a Síria, esteve bloqueado até 1975, data em que foi reaberto pelo presidente Muhammad Anwar Al Sadat.

Com a nova infraestrutura em que as duas vias estão interligadas por quatro acessos, as autoridades egípcias pretendem construir uma plataforma comercial e industrial, criar novos portos e oferecer serviços às frotas comerciais.

LUCROS ULTRAPASSAM OS 5 MIL MILHÕES DE DÓLARES

Os lucros gerados pelo Canal são de cerca de 5 mil milhões de dólares, mas os cálculos do investimento sobem para 15 mil milhões de dólares, três vezes mais, depois destas obras, até 2023.

O Canal de Suez se estende desde a cidade de Suez, no Egito, às margens do Mar vermelho, até Porto Said, às margens do Mar Mediterrâneo, possui 163 quilómetros de extensão – o maior canal do mundo (sendo que desta extensão, 50 quilómetros foram escavados em pleno deserto). Para ser construído, precisou-se da força de mais de 1,5 milhões de egípcios e 120.000 deles morreram durante este período em razão da cólera.

No passado dia 25 de Julho, três navios de carga cruzaram o canal numa viagem que serviu para testar a rota com 72 quilómetros de comprimento que permite a navegação em dois sentidos de embarcações de grande porte.

Quase 12 meses de obras depois, o canal paralelo ao do Suez vê a luz do dia: a obra, considerada “faraónica” pela BBC, é de uma importância vital tanto para o comércio regional como para o global — pelo canal passa, actualmente, 7% do comércio mundial com base na navegação. De acordo com o presidente daquele país, Abdel Fatah Al Sisi, a expansão será capaz de trazer um “forte impulso” à economia egípcia.

De referir que os navios que cruzaram o canal no dia 25 de Julho, foram escoltados por helicópteros e navios da marinha egípcia: a segurança reforçada tem razões de ser, uma vez que a Península do Sinai, na fronteira com o canal, tem vindo a ser marcada por uma intensa actividade de grupos extremistas islâmicos — já morreram centenas de civis desde que um golpe militar depôs o presidente islâmico Mohamed Morsi, em 2013.