Cabinda - Que o jornalista Alexandre Cose seja um jovem e talvez promissor apresentador da nossa  Televisão Pública, disso não há dúvidas. Mas que o mesmo se atreva a moderar o chamado “Debate Livre” no formato que talvez lhe tenha sido proposto, foi necessário ter muita coragem e optimismo. Embora seja uma espécie de “nova cultura” na nossa televisão pública isso de debates livres ou não, estaremos em sintonia dizer que se deva passar num treinamento adequado prévio para não desiludir as expectativas dos tele‐ espectadores, como tem sido hábito nas nossas TPA`s. Razão tinha, portanto, o então poderoso líder da UNITA, Dr. Jonas Malheiro Savimbi quando nos remotos anos `90 classificara a TPA, a RNA e o Jornal de Angola como sendo “ auténticos ântros de desinformação e intoxicação”.

Fonte: Club-k.net

O “Debate Livre” de hoje não fugiu à regra quando abordava a questão da Resolução do Parlamento Europeu para Angola. Começando pelos convidados ao painel/ mesa: os célebres “tudólogos” João Pinto, Luvualo, Adelino de Almeida, Norberto Garcia e para fechar com “chave de ouro” o mais velho Luís Neto Kiambata, assim como e para “o inglês ver”, o eloquente Adalberto Costa Júnior e o respeitado deputado da CASA‐CE, Leonel Gomes. Mesmo assim, Adalberto Costa Júnior, esse peso pesado da UNITA e da AN, saiu‐se bastante bem, como aliás já nos habituou.


Com tamanho desiquilibrio na composição de um painel, acreditamos que Alexandre Cose não terá jogado qualquer papel na selecção dos mesmos, mas sim o célebre Senhor “Ordens Superiores”, no caso do MPLA, terá de certeza orientado tamanho excesso. Teria sido mais producente e talvez mais informativo caso o debate de tivesse restringido pela participação dos 2 últimos e pelo Norberto Garcia e como consequência tanto Adalberto Costa Júnior como o Leonel Gomes não teriam esperado 25 á 30 minutos para poderem fazer uso da palavra, por sinal apenas 3 vezes em 2 horas de programa contras várias outras vezes dos participantes do MPLA com o impulso do próprio moderador. Assim não está nada bem, alguma coisa está mal. A esse “deficit” acresce‐se naturalmente a falta de “know how” do moderador que teve que recorrer de intervalos forçados, talvez pela direcção da realização do programa, para esconder seu fraco domínio da matéria em debate assim como a falta de “punho” para tomar as rédeas do comando do mesmo.


Nota altamente negativa para o trio formado por João Pinto, Adelino de Almeida e Luvualo de Carvalho, mormente devido ao facto de, na falta de argumentos válidos para contradizer o “alvo”, no caso o deputado da UNITA, recorreram várias vezes a conversas paralelas em ton alto, para perturbar o eloquente e experimentado político Costa Júnior.

Outra nota negativa sobrecai igualmente ao moderador do debate quando, ao ver que o deputado da UNITA tocara no tão propalado tema do enriquecimento ílicto das elites governamentais angolanas, decidiu em “in extremis”, tentar induzir aos tele‐ espectadores ao erro, afirmando que Adalberto Costa Júnior, teria 40% de participações numa empresa diamantífera, o que mereceu devidos e oportunos esclarecimentos do deputado.
Tal como em várias ocasiões do debate ficou expresso, ao continuar assim no formato concebido até agora seja ele pela Direcção da TPA ou pelo Departamento de Informação do MPLA, o debate será tudo mas menos “Debate livre”.
De salientar que a resolução em causa foi aprovada com 550 votos a favor, 14 contra e 60 abstenções num universo de 751 deputados de 28 países membros, o que espelha bem o peso da mesma.


Criado em 1952 na altura denominada Assembleia Comum da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, evoluiu em 1962 para Parlamento Europeu tendo realizado suas primeiras eleições directas em 1979. É o órgão legislativo da União Europeia e é eleito diectamente pelos cidadãos europeus, em eleições que se realizam de cinco em cinco anos, sendo as últimas realizadas em Maio de 2014.