"A manifesta má fé das palavras proferidas, o teor das mesmas, o desconhecimento do esforço que o Estado Angolano tem vindo a fazer para melhorar as condições de vida das populações, expresso no asssegurar dos direitos, liberdades e garantias, nos apoios à escolaridade, nos programas escolares de alimentação das crianças carenciadas, nas reconstruções de estradas, hospitais, estações de saneamento e tratamento de águas, entre outras medidas de desenvolvimento sustentado, levam a que, irresponsavelmente, alguém que devia medir bem o peso das suas afirmações coloque em causa a honorabilidade de terceiros", sublinha a Embaixada de Angola em comunicado. 
 
O cómico Geldof e a falsa notícia
ImageAngola tem a triste sina de aturar todo o tipo de aventureiros, desde mercenários, que em 1975 invadiram o país, até briosos rapazes e raparigas que a coberto de organizações não governamentais ou da caridade barata nos entram pelas portas dentro.

Com calma, desprezando uns e pondo no seu devido lugar outros, o nosso país vai andando a um ritmo invejável, vai reconstruindo o que esses aventureiros ajudaram a destruir, vai fazendo do caos da guerra uma terra prometida, onde todos têm uma oportunidade e uma vida decente.

Agora que das cinzas da guerra nasce a nova realidade, os abutres de ontem radicalizam o discurso e lançam violentos ataques sobre Angola e os seus governantes.

O músico irlandês Bob Geldof foi convidado pelo Banco Espírito Santo (BES) e pelo semanário "Expresso" para ir a Lisboa falar sobre desenvolvimento sustentado. Mas em vez disso, tocou ao comediante Bob fazer a diferença. E fez. O convidado de honra do BES e do "Expresso" começou por fazer rir a selecta assistência que no caríssimo Hotel Pestana de Lisboa o ouvia atentamente, ao afirmar que "as casas mais ricas do mundo estão na baía de Luanda, são mais caras do que em Chelsea e Park Lane". Bob Geldof ou comportava uma dose excessiva de uísque ou não sabe sequer onde fica Luanda e muito menos Angola. Na baía de Luanda não há casas...

Embalado nos seus vómitos, o comediante britânico ousou insultar os angolanos, afirmando perante os convidados que "Angola é gerida por criminosos". O organizador do Live Aid e do Live 8, no ambiente luxuoso do Hotel Pestana e ante os pobrezinhos do BES ou os proprietários do "Expresso", resolveu ser malcriado. E os que nunca perdem a menor oportunidade para justificar uns pingos dos diamantes de sangue, logo se aproveitaram das tiradas cómicas de Bob.

Mas a notícia, que pelos vistos tem origem na agência noticiosa portuguesa Lusa, afinal tem o seu lado de falsa.

Bob Geldof é verdadeiro, trata-se daquele espertalhaço que fez concertos rock para matar a fome ao mundo, mandou uns bagos de jinguba para África e o resto foi para outros bolsos mais selectos. O BES também é verdadeiro, tem largos interesses económicos em Angola e, pelos vistos, a sua administração gosta de lidar com criminosos. Pinto Balsemão também é verdadeiro, embora adore vender ilusões. A falsidade da notícia está no facto de ter reportado que o embaixador angolano, Assunção dos Anjos, abandonou a sala quando o comediante Bob disse que Angola é governada por criminosos.

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Na verdade, o embaixador de Angola em Portugal nem sequer estava na sala. Ninguém de bom-senso perde tempo a ouvir comediantes de quinta categoria, ainda que convidados por banqueiros milionários e o local do espectáculo seja o luxuoso Hotel Pestana de Lisboa.

Bob fez mesmo a diferença e portou-se como os seus contratadores queriam. Se um dia alguém o contratar para uma conferência no Hotel Alvalade, em Luanda, o músico vai chamar criminosos aos seus próprios governantes, descendentes de piratas e negreiros e que ainda hoje vivem na opulência à custa dos povos de África ou da Ásia. É tudo uma questão de dinheiro. Mas em Angola ninguém compra farsantes.

Pelos vistos o BES tem que ver quem convida para falar de desenvolvimento sustentado. É que lhe pode aparecer alguém a injuriar governantes estrangeiros.

Fonte: Jornal de Angola