Lisboa - José Ribeiro, director-geral do Jornal de Angola e presidente do Conselho de Administração das Edições Novembro, enceta nessa altura um processo para exoneração de alguns dos responsáveis provinciais desse órgão de comunicação social, que tutela igualmente os Jornais dos Desportos, de Economia & Finanças e de Cultura.

 Fonte: Club-k.net

As exonerações, estão na base de algumas remodelações que a empresa está a proceder desde o passado mês de Setembro e também por alguns dos actuais directores provinciais que teriam se incompatibilizado com o seu homem de confiança Eduardo Minvo, actual administrador executivo para área de finanças e coordenador da actividade das regiões.

 

No quadro das exonerações, que estão a ser feitas, iniciadas em Malanje com a substituição de Filipe Eduardo por Francisco Curihingana, é ponto assente que Fernando Cunha, actual director do Huambo, e Sérgio Dias, do Bié, são os próximos a deixar o cargo das direcções provinciais, pela antipatia de Eduardo Minvo a estes.

 

Soube-se que além destes dois director provinciais, José Bule, do Uíje, Silvino Fortunato, do Kwanza-Norte, Noé Jamba, do Bengo, João Mavinga, do Zaire, e Jesus Silva, do Lobito, são outras candidatos a abandonar o barco.

 

No encalce deste informação apurou-se, ainda, que há directores provinciais do Jornal de Angola que estarão numa posição passiva, como o “veterano” Jaime Azulay, de Benguela, Luís Pedro, do Kwanza-Sul, Quinito Kanhamei, do Cunene, Samuel António, do Moxico, mas que ainda assim, ninguém os mexe.

 


Jaime Azulay, em Benguela, é descrito como “tão intocável” e que se tem distanciado da dirrecção que dirige. Os seus adversários tomam-lhe por ingrato por supostamente ter beneficiado do apoio da direção geral para sua formação superior e num momento como este “esta nem ai para com o Jornal”. Luís Pedro, também goza de cotação junto de Ribeiro e Eduardo Minvo, pois além da reputação de “bom adulador”, é igualmente intermediário no negócio de quintas e fazendas, em que os seus chefes aparecem envolvidos. Outro director intocável é Estanislau Costa, da Huíla, reconhecido como “bom bajulador” igualmente , isto já desde o tempo em que as Edições Novembro era liderada pelo jornalista Luís Fernando. O mesmo é intermediário dos negócios de cabeças de gado, que vezes sem conta, os seus chefes usufruem.

Apurou-se, por outro lado, que os directores do Cunene e Moxico, mesmo sendo conotados como incompetentes, hão-de manter-se a frente dessas duas províncias.

Ambos revelam-se humildes e próximos dos seus patrões, particularmente de Eduardo Minvo e Santos Júnior, antigo coordenador da actividade das províncias e actual administrador executivo para área de circulação de jornais.

Possíveis substituições

Na esteira das remodelações em curso, a fonte do Club-K apurou que depois da nomeação recente de Francisco Curihingana para Malanje, António Canepa pode substituir Fernando Cunha no Huambo e José Chaves no Bié a Sérgio Dias.

 

As nomeações de Canepa, no Huambo, e de Chaves, no Bié, resultam de apostas de José Ribeiro e Eduardo Minvo, que aliás, já havia colocado o último como correspondente municipal do Andulo, no Bié, pela boa amizade que nutria com uma senhora próxima deste com a qual o jovem jornalista ainda hoje mantém a dívida pela ajuda concedida.

 

Fernando Cunha, que Ribeiro pretendia colocar como editor em Luanda, deve manter-se no Huambo, a frente do CDI do Governo local.

 

Nessa função, em que foi chamado por Joaquim Rodrigues “Quinzinho”, quadro oriundo da Inteligência. Fernando Cunha, que é a par de Sérgio Dias um dos monitorizados do SINSE sobre os problemas correntes do Jornal de Angola.

 

José Bule, que tal como Fernando Cunha está a frente do CDI do Governo, deve manter-se no Uíje nessa função e abrindo caminho na direcção do Jornal Angola para um seu colega local ou alguém de Luanda a ser indicado por José Ribeiro e Eduardo Minvo.

 

Sérgio Dias, apontado como dos melhores directores fruto do rigor no trabalho, é ventilado nos círculos das Edições Novembro, que regressa a Luanda aonde vai assumir funções de chefia na área editorial do Jornal dos Desportos, em que Matias Adriano pode deixar a direcção e rumar para diplomacia.

 

No Bengo, a saída de Noé Jamba que volta à Luanda para assumir na área da Administração funções de coordenador das províncias, que já havia exercido antes de ser director nessa província, os seus possíveis substitutos são Pedro Bicas ou Guimarães Silva, antigo subeditor de desporto do Jornal de Angola.

 

Nas direcções do Kwanza-Norte e Lobito, a fonte do CK refere que as opções de substituições podem recair para jornalistas em funções de serviço em ambas localidades, uma perspectiva que Ribeiro e Minvo ponderam para evitar encargos com deslocações de pessoas idas de outros pontos e de Luanda, particularamente.

Em muitos desses casos o Jornal de Angola deixa os seus directores provinciais entregues à sua sorte.

 

Já no que toca ao Zaire, João Mavinga pode ser substituído por Jaquelino Figueiredo, um quadro que aos olhos de José Ribeiro vem se revelando como competente.

 

Fernando Cunha pode assumir Presidência do Conselho de Administração

 

Fernando Torres Vieira Dias da Cunha, antigo director-geral da Televisão Pública de Angola (TPA) e actual da Gráfica Popular, duas empresas públicas do sector da comunicação social estatal, pode regressar ao Jornal de Angola pela porta-grande.

 

Fontes do CK muito bem informadas revelaram que em face da gestação muito conturbada que José Ribeiro está ter a frente da empresa que tutela além do Jornal de Angola, os Jornais dos Desportos, de Economia & Finanças e Cultura, o nome de Fernando Cunha é o mais apontado nesse altura para substituir o antigo adido de imprensa de Angola em Portugal e na Suiça.

 

Na esteira dessa informação, o CK apurou que o actual Conselho de Administração das Edições Novembro, que deveria ter cessado já as suas funções em 2013, deve, seguramente ser restruturado até ao final do ano em curso, para que no início do próximo o dossiê chegue ao Futungo, via GRECIMA (Gabinete de Revitalização Estratégica e da Comunicação Institucional e Marketing da Administração), órgão essencial de apoio a Presidência da República, liderado por Manuel Rabelais.

 

Fernando Cunha, é apontado nessa altura como dos melhores gestores dos órgãos públicos de comunicação social, daí a aposta que se faz na sua pessoa. Trabalhou no Jornal de Angola de 1977 a 1995, altura em que foi exonerado das funções de director administrativo e financeiro por Luís Fernando, então director-geral da empresa.

 

A Fernando Cunha, nesse altura o mais antigo dos directores dos órgãos estatais de comunicação social, é reconhecida o mérito de colocar o Canal 1 da TPA a funcionar 24 sob 24 horas e outras conquistas, apesar da sua curta passagem aí por dois anos.

 

No quadro da restruturação a ser feita no Conselho de Administração das Edições Novembro, além de José Ribeiro, Eduardo Minvo e Santos Júnior, actuais administradores executivos para as áreas fianceira e de circulação de jornais, são dois dos nomes ventilados para sair do círculo.

 

Enquanto isso, as actuais administradoras para as áreas de Relações Internacionais e dos Recursos Humanos e Jurídica, Sara Fialho e Catarina Cunha, por sinal irmã de Fernando Cunha e muito próxima também do general Kopelipa, são dois dos nomes que deverão manter-se de pedra e cal no conselho a ser constituído.

 

Além destas duas figuras, as mais antigas dos actuais membros do Conselho de Administração das Edições Novembro, Filomeno Manaças, actual administrador para área editorial, que ao longo destes tempos não tem sido tido nem achado por Ribeiro, apesar da sua reconhecida competência, assim como José Domingos, da área de Publicidade e Marketing, e Victor Silva, não-executivo, também devem manter-se.

A estratégia de manter Filomeno Manaças a frente da área editorial passa, em primeira instância, por este assumir de facto o controlo dos conteúdos a serem passados no Jornal de Angola, já que Fernando Cunha deve dedicar-se fundamentalmente nas questões ligadas à gestão deste órgão, por sinal dos mais rentáveis da comunicação social.