Lisboa – O Ministro do interior Ângelo Veiga Tavares, que falava, em Luanda, em conferência de imprensa sobre o plano das comemorações dos 40 anos da independência de Angola, teceu pronunciamentos que segundo observações de meios habilitados entraram em contradição com posicionamentos oficiais da Procuradoria Geral da Republica, do general João Maria de Sousa.
Fonte: Club-k.net
Quem estará a faltar com a verdade?
Primeira contradição
Veiga Tavares transmitiu aos jornalistas que as atividades dos 15 activistas detidos são apoiadas por círculos diplomáticos estrangeiros em Angola. De acordo com consultas, em nenhum momento a PGR cita na sua acusação apoio externo por parte dos jovens. A acusação oficial diz apenas que o jovens amadureceram a sua ideia com a juventude da UNITA, através de um contacto que segundo este órgão do regime aconteceu a 16 de Maio de 2015.
“A partir daqueles encontros de concertação foi amadurecida a ideia de que passariam a reunir regularmente todos os finais de semana (sábados), durante três meses, com a finalidade de preparar a ações e estratégicas que conduziriam a destituição do poder político em Angola”, le-se no documento da procuradoria que desmente as declarações proferidas pelo ministro angolano do interior.
Segundo contradição
Ângelo Veiga Tavares afirmou na sua conferencia de imprensa que Luaty Beirão não dá muita importância ao bem vida e fundamentou a sua afirmação com supostas divergências que havia entre ele e um outro detido, Domingos da Cruz.
Segundo Ângelo da Veiga Tavares, enquanto o segundo defendia que, se houvesse uma intervenção das FAA, deveriam desistir da tentativa de alcance do Palácio Presidencial, Luaty Beirão era apologista de que deveriam avançar até mesmo morrerem.
As afirmações do ministro são desmentidas no ponto 21 da acusação da PGR. A Acusação diz que “os arguidos planeavam, apos a destituição dos órgãos de soberania legitimamente instituídos, formar o denominado governo de salvação nacional a elaborar uma nova constituição (ver odc de fls 1454-1456)”.
Como se pode verificar em nenhuma passagem da acusação a PGR diz que os jovens pretendiam deixar-se morrer. “Se os jovens queriam tomar o poder e criar governo como iriam deixar-se morrer? Seria o suposto Governo Nacional de Salvação constituído por cadáveres dos activistas”, questionou um observador.