"Penso que é um exercício puramente gratuito, que não tem em conta a realidade, não tem em conta os positivos avanços que se têm verificado e isso parece-nos perfeitamente injusto e é de se repudiar", afirmou o governante, que falava à emissora privada Luanda Antena Comercial.

Aguinaldo Jaime disse ainda que não se pode dizer que em Angola está tudo perfeito - "nem estamos a dizer que não há desafios ainda pela frente que temos que vencer", acrescentou.

O governante angolano entende que há resultados positivos já alcançados: "Deixam-nos a todos encorajados e deixam-nos fundamentalmente seguros de que estão construídas em Angola as bases para um futuro melhor", afirmou.

Aproveitando o manifesto desconhecimento do pormenor demonstrado por Geldof, Aguinaldo Jaime lembrou que, nas suas declarações, o cantor apontou "um exemplo concreto" na marginal de Luanda onde "estariam a ser construídas casas muito caras".

"Ele estaria certamente a referir-se ao projecto da baía de Luanda, que é um projecto de carácter privado, não é um projecto público, que está a ser desenvolvido por uma sociedade privada, cidadãos nacionais e estrangeiros, que entenderam aproveitar as oportunidades que a economia angolana lhes oferece", disse o ministro.

Aguinaldo Jaime destacou ainda a forma como o BES, cujo grupo tem avultados e dispersos interesses na economia angolana, se demarcou das declarações de Bob Geldof.

O ministro-adjunto do primeiro-ministro disse acreditar que aqueles investidores que estão em Angola não se deixarão intimidar pelas declarações de Geldof.

[Os investidores] que conhecem o mercado, conhecem os nossos desafios, não se deixarão intimidar, e muito menos iludir, por este tipo de críticas que não me
parecem nada construtivas, antes me parecem um exercício sem fundamento e inteiramente gratuito".

Fonte: RTP