Lisboa - Alcino Cristóvão Luís, um advogado próximo ao Ministério Interior está a ser descrito, em meios abalizados como “culpado” pelo descontrole que a DNIC enfrenta perante aos réus do caso Jorge Valério que em tribunal tem denunciado terem sido submetidos à tortura, tratamento degradante e cruel por aqueles que têm a responsabilidade de evitar essas condutas e práticas.
Fonte: Club-k.net
Advogado contratado pela DNIC perdeu controle sobre os réus
As "culpas" que se atribuem a Alcino Cristóvão é baseada na tese segundo a qual não preparou devidamente os réus, no sentido de convence-los a não mencionar em tribunal que foram torturados pela DNIC e igualmente forçados a incriminar Jessica Coelho, a ex-namorada do malogrado Jorge Valério.
De acordo com conclusões, alega-se que a “falha” que cometeram terá sido pelo facto de Alcino Cristóvão não ter acompanhado os réus logo nas primeiras sessões de audiências em tribunal tendo indicado para o substituir, um advogado estagiário do seu escritório de advocacia, José Carlos.
O advogado estagiário José Carlos é visto como um desconhecido da “estratégia de se incriminar Jessica Coelho”, razão pela qual os que “culpam” Alcino Cristóvão suspeitam que o estagiário terá escutado a versão dos réus e os encorajou a denunciar as praticas selvagens e desumanas praticadas pela da DNIC, do comissário Eugenio Alexandre. .
Face ao alegado descontrole, Alcino Cristóvão Luís retirou José Carlos da equipa de defesa tendo por sua vez indicado um outro profissional de nome impreciso para o substituir. Devido as denuncias dos réus, o juiz quer ouvir esta semana, os responsáveis da DNIC que participaram na instrução deste mediático processo.
Alcino Cristóvão, apresentado como penalista, é o advogado que tem uma parceria com o Ministério do Interior que o habilita a defender os interesses desta instituição do regime. Foi também a ele que o Ministério do Interior indicou para defender os agentes da DNIC, que assassinaram, em 2012, os activistas Alves Kamulingue e Isaías Cassule. Informações postas a circular aludem que as autoridades teriam disponibilizado cerca de 300 mil dólares para o seu trabalho de defesa aos seus agentes assassinos. Os outros dois réus oriundos do SINSE, tiveram advogados sob sua responsabilidade.
No decorrer do caso Jorge Valério, quando se ficou a saber que o Ministério do Interior teria indicado Alcino Cristóvão para defender os supostos assassinos levantaram-se suspeitas, em meios da sociedade, uma vez que ele apenas defende interesses desde departamento governamental que acolhe a DNIC. É incomum a DNIC pagar advogados para defender supostos assassinos sobretudo que não sejam seus funcionários. Geralmente estes arranjam os seus próprios advogados ou o Tribunal indica um oficioso.
Por outro lado, e citado pelo o Jornal OPAIS, o advogado Benja Satula, aventou a possibilidade de o processo ser nulo por estar repleto de declarações conseguidas com o uso da força, além de invocar que as provas foram forjadas. Lembrese que quando os réus Manuel Lima, João Manuel Mateus, João Maiala, António Nhath e Victor Nsumbo foram ouvidos em tribunal afirmaram unanimemente que a maior parte das declarações que constam dos autos foram produzidas sob tortura.
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