Kadhafi esta no poder desde 1969

O dirigente líbio, actual presidente em exercício da União Africana (UA), está a se "imiscuir de maneira grave na política do Níger e dos nigerinos que não têm lição da democracia a receber dele", estimou sobre as ondas de uma rádio privada, Aminou Laouali, da organização SOS civismo.

"Isto não é supreendente da parte de Kadhafi que nunca teve uma Constituição no seu país", declarou por sua parte Sanoussi Jackson, deputado da oposição.

Sábado, durante um banquete presidencial em Niamey, Kadhafi declarou que tomou "partida pela amendas às Constituições africanas".

"Eu sou pela liberdade da vontade popular, tem que ser o povo a escolher quem deve governar, mesmo para a eternidade", afirmou o coronel no poder no seu país desde há 40 anos que se encontra no poder, depois de um golpe de Estado em que derrubou a monarquia.

Esta declaração interveio quando os partidários do chefe de Estado nigerino, Mamadou Tandja pediram que continue no poder mesmo após o fim do seu segundo mandato, em princípio o último, que termina em finais de 2009.

Mas a maioria da classe política nigerina, que ele seja próximo da oposição ou do poder, se opôr a todas as modificações da Constituição nesse sentido.

"Os nigerinos se bateram para a vinda da democracia e não deixaram  nenhum presidente a se tranformar em monarca à imagem de Kadhafi", afirmou aos médias privados Nouhou Arzika, figura influente da sociedade civil.

Segundo Abdoulaye Maiga, do Movimento dos Patriotas Nigerinos, um novo partido político, as propostas de Kadhafi são uma "ofensa terrível aos nígerinos".

O secretário-geral da Francofonia e antigo presidente senegalês, Abdou Diouf, declarou por sua parte no canal de televisão TV5 estar absolutamente contra esta visão. "Creio que no interesse mesmo dos presidentes, tem que se saber deixar, e não se agarrar ao poder".

Fonte: Angop