Brasil - A miséria  de um povo não começa  simplesmente pela tragédia  de dados  estatísticos repugnantes  ou índices  que os organismos internacionais  que velam pelo desenvolvimento humano e social  têm nos acostumado. Também é o reflexo de como as pessoas, o povo e os dirigentes de um determinado país pensam sobre si mesmo, a miséria de um povo pode estar refletido  na consciência social de um povo e de uma nação.  Está miséria, além de ser tudo, é o espírito sem cultura de uma elite e a  governança que esse povo, pela falta de cultura e a própria miséria, andou confiando  àqueles, que acreditou durante um tempo que poderiam ser autênticos dirigentes.

Sem arredondamento, essa miséria pode estar escrita e traçada no fracasso   de uma liderança caduca, tonta, sem escrúpulos e desinformada.

A reconciliação da Igreja católica com o estado angolano não pode ser visto, simplesmente, como o início de uma época nova. Mas como  um êxito por parte da igreja em que aquela pode ver nesse processo de reconciliação  a vitória da escravidão e do colonialismo, e onde os miseráveis ( em todos os sentidos possíveis, e os pequenos grupos que existem por aí com a finalidade de manter uma ordem social em que ninguém possa contestar nada)  até hoje acreditam que nela pode estar alguma suposta salvação.  A salvação a que me refiro não é nem a salvação divina, que em certa medida, desta ninguém precisa mesmo e nem acredita.  Refiro-me a salvação da ordem que está aí, a da corrupção, da exploração, a da humilhação e o do abandono de milhões de seres humanos na pobreza. Só que, mais uma vez, como na escravidão e no colonialismo, com o apoio da Igreja Católica e do famigerado  Jesus Cristos.

A Múxima não pode ser um lugar de peregrinação do catolicismo  zombador das desgraças desse povo e da evangelização instrumento de imposição de valores de uma civilização de invasores e agressores sobre uma outra civilização.  Deveria ser, sim, um lugar para se homenagear  aqueles que um dia partiram forçosamente contra a sua vontade e nunca mais puderam regressar, e nisso implicaria a excomungação da própria igreja católica, do colonialismo e da escravidão.

Mas a ignorância tudo permite, já não só à homenagem ao colonialismo, à escravidão e a miséria que está aí, mas também a essa mentalidade neonazista, fascista, revanchista  e revisionista do atual Papa, que envia ordens e mensagens aos seus subordinados  para deflagrar discursos provocadores  em todas as latitudes e hemisfério  desse triste planeta.

Para nós esse sujeito nem seria bem-vindo em nossas Terras, é preciso reconhecer que o país não é só habitado de cristãos ou católicos  e que o Estado angolano é laico. E que não é função do Estado oferecer presentes com dinheiro público  a entidades de direitos privado. E isso pode ser caracterizado, evidentemente, como um  outro ato de corrupção a ser combatido. Vamos ver que moral terão os bispos e  os padres que esporadicamente  aparecem por aí criticando os governantes pelos seus atos de corrupção, quando sabem que dinheiro público, e que não é pouco, é usado para se construir  uma tal de Basílica da Nossa Senhora da Múxima.

Se isso for verdade, dinheiro dos pobres e público  para se construir Basílicas, tornará a Nossa Senhora da Múxima uma mera prostituta- traindo os milhões de escravos  que um dia passaram por aquele lugar e clamaram pela a sua ajuda-, mais uma entre as prostitutas que andam pelas ruas de Luanda cobiçando programas com os homens do poder, e que faz da corrupção aqui na Terra um meio  para poder dar-se bem lá nos  Céus onde só existem anjos misóginos, e que cristo é o único sedento de mulheres e preparado para fazer sexo com qualquer  uma  das Santas corruptas. Talvez menos corruptas que Maria Madalena!

* Nelo de Carvalho / Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
Fonte: WWW.blog.comunidades.net/nelo