Lisboa  - O economista, jornalista e professor universitário Carlos Rosado de Carvalho antecipa na TSF as alterações que o país pode sofrer com a ajuda externa do Fundo Monetário Internacional.

Fonte: TSF

Na opinião de Carlos Rosado de Carvalho, o pedido de ajuda externa era "inevitável face ao andamento do preço do petróleo" e até "peca por tardio", poderia ter sido feito mais cedo, "eventualmente em melhores condições".

 

O economista argumenta que este pedido é muito importante para dar credibilidade às políticas económicas angolanas. "No fundo, o que vai acontecer é que o FMI vai obrigar Angola a fazer um conjunto de coisas que sozinha deveria fazer", explica.

 

Entre as medidas a aplicar deverão estar a criação de um melhor ambiente de negócios, o combate à corrupção, melhor gestão de dinheiros públicos e a melhor seleção dos investimentos públicos.

 

No curto prazo, o FMI pode obrigar o Estado angolano a fazer mais cortes na despesa e "provavelmente poderão ocorrer desvalorizações cambiais".

 

Segundo o economista, o montante da ajuda poderá chegar, no máximo, aos 900 milhões de dólares de empréstimo. "Mas mais importante do que o dinheiro é o programa de reformas que Angola será obrigada a fazer", sublinha.

 

Reconhecendo que "as coisas ainda vão piorar antes de melhorar", Carlos Rosado de Carvalho aconselha os portugueses e as empresas com atividade em Angola a terem "uma perspetiva de médio o longo prazo".

 

"Confio que com este programa teremos melhores condições para um crescimento sustentável de Angola", conclui.

Carlos Rosado de Carvalho é diretor do jornal angolano Expansão, professor na Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica de Angola e foi comentador da TSF para assuntos económicos entre 1996 e 2003. Vive em Luanda há vários anos.