Luanda - O Sindicato Nacional de Professores –SINPROF – reclama veementemente da situação vivida esta semana no Município de Caluquembe, na Província da Huíla, onde uma onda de indignação e de protestos, causada pela criação de propinas extra-oficiais, foi recebida com tiros contra os estudantes e represálias contra os professores desde o dia 8 de Abril de 2016.

Por disparos da Polícia Nacional, ficaram feridos 3 (três) estudantes, dos quais dois se encontram no Hospital da IESA em Caluquembe: Cecília Câmia Francisco, com 1 bala na coxa, ainda por extrair, e Paulo Alfredo Cabral; um terceiro estudante foi evacuado para o Lubango, estando em segredo o seu estado de saúde, incluso, se ainda permanece vivo.

A Escola de Formação de Professores “Dr. Abel Pedro”, nome registado em Diário da República I Série - Nr 29 de 5 de Março de 2015 em honra do ex-Director e ex-Dirigente Sindical, hoje membro honorário da nossa organização, está dominada por um aparato policial que chegou a impedir aos docentes o acesso à sala de professores.

Neste processo, o SINPROF registou com indignação o facto de ter sido destituído do cargo de Director da Escola de Formação de Professores o nosso colega Bento Augusto Kahanga, por não obedecer prontamente à ilegal ordem de cobrança mensal de 3.000 AKZ, para além das propinas oficiais vigentes, aos estudantes do 2o Ciclo do Ensino Secundário e do Ensino Médio Técnico.

O SINPROF considera oportuno:

1. Que se exija a recondução ao seu posto de Direcção, o nosso colega Bento Augusto Kahanga;

2. Que igualmente se exija a divulgação oficial do estado dos três estudantes baleados;

3. Que a revogação da ordem de cobrança, já efectuada pela Administração Municipal que a exarou, seja aplicada de facto, com reembolso a favor dos estudantes prejudicados;

4. Que cesse a perseguição aos professores do 2o Ciclo em Caluquembe, mantida a pretexto de serem agitadores;

5. Que a Administração Municipal de Caluquembe e as demais entidades busquem formas mais harmoniosas de gestão e resolução de conflitos;

6. Que se reforcem os laços de solidariedade entre os professores e estudantes de Caluquembe e de toda Angola, por uma educação de qualidade, justiça, dignidade e decência;

7. Que se forme uma corrente de apoio aos estudantes feridos, suas famílias e colegas.

Luanda, aos 15 de Abril de 2016

Rua da Missão 71, 4o Andar, Apartamento 407, Luanda - Angola
Registo Sindical no MJDH Livro C-3 do ano 1999 Folha 1 sob o nr 1/99
Contactos: 929 347 827/926 202 278/923 311 528
E-mail: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.