Luanda - Os pacientes que se deslocarem à Clínica da Endiama terão que desembolsar 750 dólares pela dose de vacina anti-rábica
 
A falta de vacina anti-rábica na Delegacia Provincial de Saúde e nas unidades sanitárias públicas está a levar a direcção de algumas clínicas privadas, de Luanda, a cobrarem "os olhos da cara", como se diz na gíria luandense, para aplicar o tão precioso antídoto.

Esta segunda-feira, o Tribuna da Kianda, acompanhou de perto o caso de uma cidadã que responde pelo nome de São Baptista que depois de ter sido mordida por um cão vadio, no domingo, recorreu as instituições públicas para ser vacinada, mas não teve êxito. Ao chegar na Delegação Provincial da Saúde, liderada por Vita Vemba, foi informada, em companhia de outras três pacientes que se encontravam no local, que não havia vacina e que deveriam deslocar-se aos centros ou postos de saúde municipal.

Nestes locais, segundo informações que receberam, estão a funcionar as comissões municipais de combate a raiva. "Depois de termos recebida esta informação da delegação, fui ao centro de saúde da Terra Nova, mas os médicos de serviço recusaram-se em aplicar o antídoto alegando que se eu lavei a ferida com água e sabão depois da mordida e como o animal já foi vacinado não haveria problema ", contou.

Em pânico, a nossa interlocutora revelou que de tanto insistir o médico de serviço aplicou-lhe uma vacina contra a tétano e aconselhou-a a dirigir-se a uma clínica privada porque os hospitais público e postos de saúde não recebem vacina anti-rábica a vários dias. Observando tal orientação, São Baptista deslocou-se a Clínica Sagrada Esperança, vulgo Clínica da Endiama, onde teve que desembolsar 150 dólares para apanhar a primeira dose da vacina.

Nas receitas médicas que tivemos acesso vêm explicito que a mesma deverá voltar a ser vacinada nos próximos dias 2, 9, 23 de Abril e 18 de Maio para completar a dose. Atendendo o preço cobrado por cada antídoto, chega-se facilmente a conclusão que todas as vítimas dos cães vadios que forem mordidas e dirigirem-se a esta instituição terão de pagar 750 dólares pela dose.

No recibo de pagamento emitido pela funcionária do caixa da clínica que responde pelo nome de Creusa Nilde, vem detalhado que os 11.452 kwanzas (equivalente a 150 dólares), pago pela paciente está distribuído em 11. 182 kz pela vacina, 39 kz pela seringa com insulina e 231 kz pela aplicação da vacina.

Na esperança de obter mais informações sobre o animal que atacou a queixosa, o Tribuna da Kianda, contactou a dona Manuela Gingongo que declarou que o seu animal foi vacinado e que só mordeu a queixosa porque está com o sistema nervoso a flor da pele em detrimento do parto que teve.

O município do Rangel ficou recentemente abalado com a história de uma munícipe que sucumbiu depois de ter sido atacada por um cão vadio nos arredores de São Paulo. Após o ataque a malograda contactou a proprietária do animal e a mesma garantiu na altura que não havia perigo nenhum pelo facto de o animal ter sido vacinado alguns dias antes. Esta informação, segundo os familiares, levou a vítima a não recorrer as unidades sanitárias.


Fonte: http://www.tribunadakianda.blogspot.com/