Zaire - Está abordagem tratará tanto do termo esquerda como a direita no campo da política, querendo dizer que será uma análise que terá um enfoque sobre a política esquerda e da direita política, e vou tecer algumas considerações a respeito da conjuntura que se encontram os governos que têm uma sustentação de partidos de esquerda e das que têm uma sustentação de partidos da direita.

Fonte: Club-k.net

Deste modo, partindo do pressuposto que a História tem um enfoque no estudo do passado, permitindo-nos projectar o presente e o futuro, então sou obrigado a olhar no retrovisor, para que está abordagem tenha uma sustentação. Aliás procurar enterrar o passado, é desejar repetir os erros do passado. Segundo a Wikipédia, na política o termo direita como esquerda, aparecem durante a revolução francesa de 1789, onde os membros da assembleia nacional se dividiam em partidários do rei que assentavam à direita do presidente e os apologistas da revolução que assentavam à esquerda do presidente. Implica dizer que os da direita descreviam uma visão específica que aceitava a desigualdade social ou o status quo, enquanto os da esquerda foram apologistas da igualdade social ou de interesses dos cidadãos. Implica dizer os que desencadearam a revolução Francesa, eram da esquerda visando abolir o status quo que vigorava.

 

Então vou avançar até no ano de 1950, concretamente no continente Africano, pois a partir deste ano as acções ou algumas mentes começaram a assumir um posicionamento mais frontal sobre a colonização, quer dizer as acções da luta de libertação começaram a ser bem estruturadas. Angola não fugiu da regra, e os movimentos de libertação tiveram apoios da igreja, e uns através destes apoios chegaram a ter um contacto indirecto com o EUA. Por isso este País chegou a financiar alguns movimentos que eram "apologistas" da sua política, mas por ironia de destino recebiam estes apoios, mas na realidade não inclinavam-se nas políticas do doador, por isso temos casos onde recebiam de EUA apoios, mais em contrapartida tinha instrutores Chineses. E uns tiveram correntes que eram apologistas da política Rússia e outros da China.

 

O MPLA, movimento político que nasce devido a fusão de partidos como: o Partido da luta unida dos Africanos de Angola (PLUAA), Partido comunista de Angola (PCA), Movimento pela independência de Angola (MIA) e o Movimento pela independência nacional de Angola (MINA). Ela sempre foi um partido de esquerda e havia correntes dentro de dela, onde uns eram apologistas da esquerda Chinesa e uns apologistas a esquerda Russa. Quer dizer esta foi a indefinição que houve no MPLA, e esta indefinição provocou convulsões. Mas como no movimento existiu estrategas que puderam ultrapassar esta indefinição, deste modo foi possível ter uma única orientação que foi a inclinação a esquerda Russa e assumir a ideologia marxismo-leninismo.

 

A UPA, que mais tarde passou a denominar-se de FNLA, devido a fusão da UPA (União das populações de Angola) e do PDA (Partido democrático de Angola), teve um apoio indirecto dos EUA, através do ex-presidente do Ex-Zaire que também era um "apologista" da política Americana que era e é sustentada por dois partidos, onde um é partido de centro-esquerda e outra da direita. Implica dizer que esta nação não tem uma matriz propriamente dita de política esquerda. Mais houve uma indefinição por parte da FNLA, por não tomar um posicionamento único sobre a política que iria seguir, ou se inclinava a politica Americana que não tinha uma inclinação com a esquerda ou se inclinava a politica Chinesa que tinha uma inclinação a esquerda. E sendo FNLA um partido de esquerda tinha a ideologia de socialismo científico que na verdade a aproximava à China, e a distanciava da América, embora tendo os seus apoios. E este facto levou que o EUA chegasse a vomitar passa a expressão a FNLA. Porque? Devido a indefinição do qual é o caminho que iria seguir. Quer dizer a FNLA, a sua matriz é de esquerda. E ela não chegou a adoptar a ideologia da democracia Cristã que tem como ceptro político a direita ou o centro-direita em função da própria conjuntura daquela altura.

 

Nessa conjuntura em função do terreno que a América perdia, então ela apoio a UNITA que é um movimento de libertação formado por aqueles que não se reviam nas políticas da FNLA. Mas a UNITA na realidade não chegou a ser um apologista da política Americana, pois no núcleo mas restrito deste movimento defendiam-se ideias de Mao Tsé Tung, ou a ideologia de Maoismo que é a versão Chinesa de marxismo. Então dentro deste movimento, também houve a indefinição da ideologia a seguir, embora sendo um partido de esquerda com ideologia do Maoismo, mas em contrapartida recebia apoios de EUA, e esta indefinição provocou que em algum momento a UNITA "perde-se" o apoio do EUA. Mas segundo um artigo publicado nesta Website club-k.net, onde afirma-se claramente que através do consultor e lobista Paul Jhon Manafort Jr. Foi possível que a UNITA tivesse uma "definição" nas políticas que deveria abraçar. Deste modo a UNITA começou a "assumir-se" como pro-ocidental e "apologista" da democracia. Mas uma coisa que é certa é que ela na sua essência não chegou a ser um pró de políticas de ocidente e da democracia. E esta indefinição levou ao fracasso da UNITA, querendo dizer que este partido cometeu o mesmo erro que a FNLA cometeu, porque? Não olhou ao retrovisor.

 

Implica dizer a indefinição tanto da FNLA como da UNITA era idêntica, que foi, ou defendiam politicas do centro-esquerda e da direita Americana, ou defendiam políticas da esquerda Chinesa. Enquanto, a indefinição que teve o MPLA foi ou inclinava-se nas politicas de esquerda Chinesa ou nas politicas de esquerda Russa. Mas depois da guerra fria convencional, quando se dá ou se começa a guerra fria não convencional, houve a necessidade dos países com politicas de esquerda se agrupar, e nestes últimos dias se fala dos BRICS, que é um projecto que em certa medida coloca em causa o status quo da direita. Face a isso, governos sustentados por partidos de esquerda que têm alguma simpatia aos BRICS, têm passado por variadíssimas situações. Temos caso da América Latina, onde há uma vassoura quase invisível que têm varrido estes governos, substituindo-as pelas aquelas que tem uma inclinação a direita. Esta acção também na Europa, e como a própria UE, é sustentada pelos partidos da direita, nota-se que governos sustentados pela esquerda estão sendo asfixiados. E a África não esta imune a esta situação, fruto disso já houve algumas destituições e asfixiamentos de governos com sustentação de partidos de esquerda, e este asfixiamento é notaria até aqui em Angola onde temos um governo que é sustentado por um partido da esquerda.

 

Em suma existe uma batalha secular que envolve a direita e a esquerda e ela tem uma abrangência mundial. E até agora há uma indefinição por parte de partidos ligados a oposição. Pois não chegam a definir se são partidos de esquerda ou da direita e quais as ideologias que defende, esta atitude em nível nacional e inclusive a internacional tem uma repercussão negativa aos mesmos. Por exemplo se alguém ou um grupo apregoa a outros de modo que façam parte da religião que professam há uma necessidade de os mesmos em princípio dizer qual é o tipo de religião que professa, do caminho que percorrem e dos meios que usam para fazer este percurso.


O que isso quer dizer é simplesmente definir-se permitindo ao receptor ter uma ideia clara desta religião a qual está sendo apregoado a seguir, e as outras religiões em nível internacional só poderão ter uma cooperação com esta religião devido a sua autodefinição. Implica dizer a indefinição é um obstáculo que um partido político pode criar-se a si mesmo, fazendo com que não alcance os seus propósitos. E o MPLA apercebendo-se da importância capital da autodefinição, ela simplesmente autodefiniu-se. Alias ser leal a um ceptro político e a uma ideologia assumida é uma virtude que um partido deve possuir. Quer dizer, pode-se continuar no mesmo caminho (ceptro politico) e usar meios (ideologia) para percorrer o mesmo caminho, mas que se adequam ao contexto. Agora o que não pode e nem deve acontecer a um partido político são as mudanças de caminhos (Ceptro politico) e dos meios (ideologia) constantemente, levando ao mesmo ser um partido com orientação e ideologia instável ou indefinido.