Lisboa - António Ferreira enviou uma carta ao presidente angolano a pedir a intervenção deste no conflito que o opõe ao general Kundi Paihama, um histórico do MPLA. Os dois construíram um grupo que tinha o jogo como negócio principal. Diz ser vítima da “ambição desmedida” de terceiros.

Fonte: J.Negocios

Uma carta enviada ao presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, a solicitar a intervenção deste, é o último episódio do diferendo que opõe o empresário português, António Ferreira, e o seu sócio angolano, o general Kundi Paihama, que é agora governador da província do Huambo.

 

António Ferreira e Kundi Paihama tornaram-se parceiros em 1991, tendo como negócio principal os Casinos de Angola-Plurijogos, empresa que se dedica à exploração do jogo em Angola. Mas aquilo que parecia um casamento bem sucedido transformou-se, a partir de 2009, numa tormenta para o empresário português, também conhecido por ser marido da fadista Mariza.


O negócio do jogo em Angola é apetecido e rentável. Dados relativos a 2012 apontavam para uma receita na ordem dos 219 milhões de dólares (198 milhões de euros) e um resultado líquido de 83 milhões de dólares (75 milhões de euros). A Plurijogos gere, entre outros, os casinos Tivoli, Lubango e Luanda.


Apelo ao "elevado sentido de justiça"


António Ferreira, na carta enviada a José Eduardo dos Santos, queixa-se de ser alvo "arbitrariedades" e de ser vítima de "penosos anos de calúnias e perseguições" e, em último recurso, pede a intervenção do chefe de Estado angolano. "Somente o reconhecido elevado de justiça e a comprovada sensibilidade política de Vossa Excelência e a sua magistratura de influência poderão contribuir para resolver, em definitivo, este tão intricado problema, cujo protelamento inexplicável não aproveita a ninguém e poderá ter consequências imprevisíveis que importa evitar", escreve António Ferreira numa carta datada de 29 de Março deste ano a que o Negócios teve acesso.