Brasil - Quando um brasileiro perguntar a um nativo de Angola  –de onde este provem?-se aquele provar  a  sua ignorância, o remédio é dar uma dica ao mesmo usando a famosa galinha do mato como referência.

 Playboy & MPLA

A famosa galinha, que aqui é tida como galinha de Angola, é tão famosa como qualquer uma dessas modelos, sexy, que a Nova  Aurora do Capitalismo Angolano faz questão de exibir-las. Quem sabe, tão famosas como a classe social de mulheres que o Capitalismo Angolano trata de erguer  como as novas jóias da sociedade que deve progredir usando o que tem de melhor: o luxo e as riquezas que nunca têm alcance social na hora da distribuição. Lemos através do club-k que  haverá uma versão da revista playboy   que vai ajudar  no jeito de  divertir-se ou mesmo de ser dos angolanos. Não exagero, já que sexo pode fazer diferença e é tudo na vida.

A  playboy revista, que agora vai se inserir no cardápio dos leitores angolanos, é o remédio, - a dose perfeita- que faltava para aqueles que sempre sonharam com uma Angola corrupta e de corruptos. É o sonho Capitalista  e da ideologia burguesa, que na verdade nunca esteve tão distante dos antigos  militantes “ex-comunistas”, que hoje estão no poder  e continuam  declarando  sua  fidelidade  ao  MPLA. A  playboy, revista, e tudo que existe por aí – de lixo e luxo-, é a criança que faltava para  ser parida pelo MPLA  que noutro hora já foi um partido Marxista-Leninista  e que seus militantes faziam questão de dirigir os seus discursos, entoando cada lema e teoremas desta doutrina, ao povo humilde e ignorante desta nação de galinhas. A playboy é esse produto  que o capitalismo moderno sabe usar  para poder  amnesiar  milhões  de mentes, quando se sabe que além da diversão  coisas importante devem ser questionadas.É parte de uma religião que diverte, de uma religião que permite  tudo e banaliza o sofrimento humano, coisa que só o capitalismo sabe fazer, e a ideologia burguesa no seu  maior cinismo sabe prever.

Ser galinha aqui no Brasil também tem um outro significado- é sinônimo  de  ser vagabunda, puta, mulher rameira em que todos podem passar a mão a qualquer momento. Talvez a expressão galinha de Angola seja uma alusão às escravas-putas que faziam seus serviços meio  por  imposição -num início-  e meio prazeroso a medida que as mesmas achavam que deviam conquistar poder e algum tipo de prestígios entre a Sanzala e a Casa Grande, entre os Senhores de Escravos  e os escravos.Ser galinha é um adjetivo que até deixou de ter gênero específico. O homem, nas suas andanças como um bom garanhão, pode ser tido como “um Galinha”, um comedor, pulador de cerca, enfim, um prova aqui, um prova lá. A verdade é que quando se trata de vagabundagem é só perguntarmos aos nossos irmãos brazucas: um povo mestiço condenado a fornicar e a ser fornicado, talvez até por castigo e por diversão  também.

Agora  se descobriu que os Angolanos não querem ficar atrás –e nossas mulheres idem. Já imaginou nossas Deputadas  e Ministras fazerem filas para posarem  na playboy!?- vai ser bom! Não vejo a hora de isso acontecer!  Já imaginou aquele Ministro ou Deputado  que sempre sonhou com a sua colega de trabalho, agora ter a chance de poder ver a mesma nua numa revista da Playboy – a famosa revista masculina promovedora da prostituição em todo mundo  e de outros vícios, fundada pelos mafiosos Itálo-americanos. Revista por excelência anti-esquerda, anti-comunista, racista e preconceituosa, tudo como mandam os bons mandamentos de uma ideologia que existe em função de discriminar grupos sociais em busca  dos seus direitos.

Mencionamos  as  nossas Ministras e Deputadas – alguém  por aí já deve estar irritado, com cara de  poucos amigos. Por que  não elas ? Se as quinguilas,  as peixeiras, as secretárias  dos infinitos estabelecimentos que existem nesse país, as funcionárias dos Bancos tão cobiçadas por todos, nossas irmãs  e primas podem fazer, por que elas  não fariam? Onde está à diferença daquelas e estás?  Da maneira que tem evoluído o capitalismo nestas Terras da Galinha de Angola, tenho certeza que se Irene, Deolinda Rodrigues  e outras estivessem vivas seriam as primeiras a receberem  uma boa proposta e cachê para posarem na mesma revista. Sim! Se o Capitalismo que aí está não tem a missão de respeitar  as nossas famílias, mães, filhas, irmãs e primas; por que iria dar-se o trabalho de respeitar aquelas duas entidades, mesmo estando na pele de heroínas. Numa sociedade onde  as cifras em dólares valem mais que qualquer ato de heroísmo  e  gloria elas estariam na fila como qualquer uma. A parábola ou perífrase é perfeita: o Capitalismo tem esse poder, transformar tudo numa bagatela de vícios e de prazeres  mesmo que para isso precisarmos  atropelar  mil anos de tradição e valores defendidos com sangue e suor. Mesmo que para isso os 500 anos de colonialismo sejam esquecidos  e a revista palyboy seja adotada como o medicamento perfeito para esquecermos  a  outra era não menos escura na nossa história: os trinta anos de charlatanismos e promessas vazias e sem fundo.

O  próprio Semanário Angolense publicou em suas páginas em alusão a visita do  Papa sobre a conversão dos  ex-Comunistas Angolanos em Católicos. A mesma publicação quinzenal ( ou semanal) publicou até nome de alguém ilustre que eu evitarei mencionar aqui. Isso prova a força do capitalismo em converter virgens dos conventos  em prostitutas, pais de famílias  conservadores em homosexuais, abstêmios em consumidores compulsivos de drogas, enfim, comunistas em  católicos recebendo a benção do Papa. Nessa onda de conversões existirá, infelizmente, lugar  para conversão do MPLA? O MPLA será convertido em quê?  Em Partido dos quê? Dos empresários ricos e poderosos que só saberão  se masturbar usando a mesma revista como apoio, depois de uma noite frustrada de amores não correspondidos?

Nessa trajetória de ganhos a qualquer custo, da luta  pelo clamor, prestigio –lixo e luxo-, será que os diretores da revista playboy terão, entre as suas ideias, uma maravilhosa  a de destacarem  uma seção  nas páginas da mesma revista para as nossas militantes da  OMA? Elas que tanto precisam  de aparecerem  e ganharem um dinheirozinho- e depois de verem as promessas pré-eleitorais irem para o ralo da mentira e do esquecimento-, quem sabe aí estará a grande chance. As chances de todas as ironias que esse país criou ao longo dos seus mais de trinta anos de independência. Chegou a hora de elas poderem  desfilarem  diante da mesma revista  e  esquecerem todas as proibições! E como as belas prostitutas desse mundo afora provarem que, também, têm um gesto próprio e característico de provocarem o mundo masculino- principalmente os corruptos-,  exibindo-se  em sinal de quem quer, mas não quer; de quem pode, mas não deve; de que a proibição ronda e está presente de todas as formas e por todos os lados, mas que a corrupção convida a deixar cair cada um dos pedaços das vestimentas que já mal podem cobrir esse corpo, que, antigamente, na época das tradições não tinha preço, mas que hoje pode valer até por menos de um dólar.

* Nelo de Carvalho / Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
Fonte: WWW.blog.comunidades.net/nelo