Los Angeles - A primeira dama de Angola, Ana Paula dos Santos, disse segunda-feira, em Los Angeles, que desde que se alcançou a paz, em 2002, o país iniciou uma nova dinâmica com a implementação de programas que está a produzir resultados positivos e animadores.
Ana Paula dos Santos teceu essas considerações durante o primeiro painel sobre o tema: “Liderança na saúde no continente africano”, onde fez parceria com as primeiras damas do Lesotho, Moçambique e Tanzânia.
Durante a sua alocução, Ana Paula dos Santos, que participa em Los Angeles, de 20 a 22 do mâs em curso na cimeira das primeiras damas africanas sobre saúde, afirmou que pese embora haja muito que fazer e um longo caminho a percorrer entre 2003 e 2007, foram construídas ou reabilitadas e apetrechadas mais de mil unidades sanitárias, entre as quais 42 hospitais nacionais e provinciais.
Neste mesmo período, disse, o número de hospitais municipais triplicou, os centros de saúde duplicaram para 316 e foram construídos 1.500 novos postos de saúde. Houve também um aumento substancial da rede de assistência médica e medicamentosa.
Quanto à epidemia do VIH/SIDA, que tem uma incidência particular sobre a saúde da mulher e da criança, constituindo uma ameaça cada vez maior à estabilidade familiar e ao desenvolvimento económico e social, informou que o Governo angolano criou em 1989 o Programa Nacional de Luta Contra a SIDA, transformando-se em 2005 no Instituto Nacional de Luta contra a SIDA.
“Tal sucede para conferir maior capacidade às intervenções internacionais e ampliar as parcerias multi-sectoriais e com a sociedade civil", referiu.
De acordo com a primeira dama, anteriormente, 2003, havia sido igualmente criada a Comissão Nacional de Luta contra a SIDA e as grandes endemias, colocada sob a direcção do Chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos.
De igual modo, disse, foram implementados os programas de corte de Transmissão Vertical em 29 serviços existentes em hospitais e centros de saúde, alargou-se a rede de aconselhamento e de testes, passando-se de 11 unidades em 2004 para 211 em 2008, das quais 114 para aconselhamento a grávidas.
Deste modo, referiu, foi possível manter uma prevalência de seropositividade na ordem dos 2,1%, uma taxa bastante inferior aos países vizinhos de Angola, com 104.314 mulheres vivendo com o vírus e 58.510 órfãos de progenitores com SIDA.
Quanto à seroprevalência de mulheres grávidas, declarou que a mesma está estimada em 3,1%. Para se melhorar a saúde reprodutiva, alargou-se a rede de salas de parto em todo o país e procedeu-se à formação de parteiras.
Entretanto, informou, de 2085 pacientes em tratamento em 2004, atingiu-se a cifra de 17.079 em 2008, havendo 39.437 em acompanhamento.
“Este trabalho tem sido possível com o apoio de organizações da sociedade civil, bem como de parceiros internacionais”, frisou.
No que diz respeito ao combate à malária, que continua a ser a principal causa de mortalidade de crianças menores de cinco anos, referiu, desencadeou-se um programa de assistência integrada a doenças da infância, incluindo a distribuição de mosqueteiros
impregnados com insecticida e o tratamento intermitente da malária na gravidez.
Ana Paula dos Santos expressou os seus agradecimentos aos Estados Unidos da América (EUA) no combate ao VIH/SIDA, à malária, no âmbito do Programa PMI (Iniciativa Presidencial de Luta contra a Malária), do qual Angola fez parte do grupo dos países piloto.
Quanto ao papel da educação para a melhoria da saúde da população, a primeira dama de Angola disse que têm sido criadas inúmeras infra-estruturas escolares em todo o país, sendo a escolaridade obrigatória até a oitava classe.
Concomitantemente, os programas de Água para Todos e de construção de um milhão de casas nos próximos quatro anos, Ana Paula disse que esses desafios foram assumidos pelo Governo angolano no âmbito da política de combate à pobreza e da
melhoria das condições de vida das populações.
Durante o evento, subordinado ao tema “Liderança para a Saúde”, os participantes vão analisar questões ligadas ao VIH/Sida, saúde materno-infantil e educação de adolescentes, especialmente das meninas.
A cimeira abordará, igualmente, o estado de implementação das iniciativas decorrentes das edições anteriores nas áreas de educação e saúde, promoção de novas parcerias com agências e fundações filantrópicas dos EUA.
A identificação de acções e programas viáveis para os próximos anos, no sentido do alcance dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio da ONU, em relação às metas estabelecidas sobre saúde materno-infantil e VIH/Sida até 2015, também estará em debate.
Paralelamente à cimeira e como parte do programa, prevê-se que ONG e instituições privadas norte-americanas, interessadas em estabelecer parcerias no âmbito do combate do VIH/Sida e no domínio da saúde em geral, tenham encontros em privado com as
primeiras damas.
O evento é uma organização conjunta da African Sinergy Against AIDS (uma Organização Não Governamental africana, constituída por 22 primeiras damas do continente) e da US Doctors for Africa (instituição de direito norte-americano que congrega comunidades médicas africanas e norte-americanas na luta contra o VIH/SIDA e outras endemias).
Fonte: Angop