Luanda - Um grupo de oito ativistas, entre os quais Luaty Beirão, terão sido detidos este sábado durante duas horas pela Polícia Nacional angolana após tentarem visitar na prisão um outro ativista.

Fonte: DN

A notícia é avançada pelo Observador, que cita alguns dos ativistas do grupo 15+2, que nos últimos dias se têm manifestado em Luanda pedindo a libertação de Francisco Gomes Mapanda, conhecido como Dago. Dago foi condenado a oito meses de prisão por ter provocado desordem no tribunal, durante o julgamento em que os ativistas foram condenados por atos preparatórios de rebelião e associação de malfeitores. A pena termina em março do próximo ano.

 

Ao Observador, os ativistas disseram que tentaram este sábado pedir explicações para a suspensão das visitas a Dago. Perante a falta de informação, bateram no portão da Comarca de Viana e a polícia atuou. "Houve tortura, houve agressões, houve muita violência. Alguns até ficaram com hematomas", garantem.

 

De acordo com Divac Freire, um dos jovens visados, os oito ativistas foram metidos numa carrinha da Polícia Nacional de Luanda, que os levou até ao Comando Provincial, onde continuaram as agressões, durante cerca de duas horas.

 

Os oito ativistas foram depois colocados em liberdade e deverão agora apresentar queixa. A mulher de Luaty Beirão, Mónica Almeida, confirmou à agência Lusa a detenção, mas sublinhou que o rapper luso-angolano já está em casa.

 

A notícia da detenção dos ativistas foi igualmente avançada pelo site Club K, ligado ao movimento de protesto angolano.

 

Além de Luaty Beirão, terão sido detidos e agredidos Divac Freire, Nuno Dala, Elisabete Dala, Rosa Conde, Laurinda Gouveia, Albano Bingo Bingo e Graciano Brinco.

 

A generalidade destes ativistas esteve em prisão preventiva entre 20 de junho e 18 de dezembro e depois em prisão domiciliária, até 28 de março. Nesse dia foram condenados a prisão, pena que começaram de imediato a cumprir, por decisão do tribunal, apesar dos recursos interpostos pela defesa.

 

Os ativistas foram libertados a 29 de junho por decisão do Tribunal Supremo, que deu provimento ao 'habeas corpus' apresentado pela defesa, pedindo que aguardassem em liberdade o resultado dos recursos da sentença da primeira instância.