Luanda - As paragens de táxis em Luanda estavam ontem cheias de passageiros por falta de transporte. Taxistas contactados pela nossa reportagem afirmaram que pararam os táxis porque as viaturas estão ilegais.

Baltazar Fortunato estava na Mutamba à espera de um táxi e disse que a falta de táxis se deve ao facto de “muitos estarem ilegais e como não têm licença, não podem arriscar”. E acrescentou que “eles não têm razão, houve possibilidade de todos terem a situação das viaturas legalizada e não o fizeram”.

Ana Paula Francisca, passageira de táxis, esperava pelos carros que não chegavam. Apelou aos taxistas para cumprirem a lei porque o bem é para todos. “Nós somos as mais penalizados por não possuirmos meios próprios para transporte”, disse.

Eunice Duarte, funcionária pública, disse que o Governo devia dar mais tempo aos taxistas para legalizarem a situação das suas viaturas. “Está difícil apanhar táxi, saí de São Paulo para a Mutamba a pé e estou na paragem há mais de duas horas”. António Calunga Dala disse que apanhou um táxi na Clínica Multipelfil até à rotunda do Morro da Luz e do Murro da Luz à Mutamba caminhou a pé por falta de táxis.

António Calunga Dala afirmou que os taxistas estão com receio de circular devido ao novo Código de Estrada porque muito deles não estão legalizados e preferiram não circular no centro da cidade devido às multas.
António Calunga Dala reconheceu que os taxistas são os mais incumpridores, mas o trabalho por eles realizados facilita a população. Apelou os taxistas para exercerem a sua actividade legalmente porque a população está penalizada.

Os taxistas apelaram à Polícia de Trânsito para ser flexível. O taxista Fernando Jorge faz o trajecto Mutamba/Congoleses. Afirmou que grande parte dos táxis estão ilegais, razão pela qual preferiram encostar as suas viaturas em casa para evitarem as multas.

Fernando disse que estão a encontrar dificuldades no licenciamento das viaturas junto da Direcção Nacional de Viação e Trânsito e da Direcção Provincial dos Transportes. “A minha viatura está legal, tenho macaco, cintos de segurança, chave de rodas, colete reflector, triângulo e outros instrumentos que me possibilitam trabalhar sem problema”, disse.Álvaro Mwanza, taxista, disse que “os carros que não circularam porque os proprietários não conseguiram legalizar as suas viaturas”.

O director adjunto da Direcção Nacional de Viação e Trânsito, superintendente chefe, Carlos Albino disse que “não existe por parte da Polícia Nacional, nenhuma proibição de circulação dos taxistas” e os taxistas que estão fora da circulação são os que não estão legalizados.

Questionado sobre o transporte de crianças nos táxis, Carlos Albino respondeu que o transporte colectivo de passageiros gozam de isenção no que diz respeito às cadeiras para bebés e essa situação vai ser extensiva aos taxistas.

Carlos Albino disse que no país existe um sistema de transporte colectivo privado de passageiros e isso não é serviço de táxi. “Nos táxis, quem determina a rota é o passageiro e o serviço de transporte é porta a porta”, disse Carlos Albino.

Na sua óptica táxi é transporte porta-porta do indivíduo em que o passageiro define a rota a seguir pelo motorista.
O director adjunto da direcção Nacional de Viação e Trânsito garantiu ao nosso jornal que o transporte de crianças nestes veículos deve ser feito como nos outros tipos de transporte de massas. “A mãe ou pai que se faz transportar com criança deve se manter sentado no banco com a criança ao colo”, disse Carlos Albino.

Carlos Albino disse que a policia impôs algumas condições que os taxistas devem observar nomeadamente os ocupantes da parte de frente do veículo devem ter o cinto de segurança, o rigor na observância da capacidade do veículo. “Os excessos de lotação” e dar permissão ao taxista que se encontram legalizados. Carlos Albino recordou que os procedimentos para legalização de viaturas para actividade de táxi contínua ser os mesmos.

“As pessoas vinculados a esta actividade conhecem o procedimento relativamente ao seguro obrigatório, impostos inerentes a própria actividade e as inspecções obrigatórias mediante apresentação do modelo 21 que habilita o veículo a exercer actividade de táxi”. Apelou os proprietários de viaturas que pretendem habilitar-se a legalizar nesta altura devem observar o que esta estabelecido na norma. “Os veículos só podem ser legalizados se ele estiver o número de bancos expressa no livrete”, disse.

Aconselhou os taxistas exercer a sua actividade mas dar no mínimo de conforto e de segurança aos passageiros que servem dos seus serviços por se tratar de condição elementar

Fonte: JA