Lisboa - Depois das eleições de 1 de Dezembro que ditaram a sua derrota, Yahya Jammeh aceitou a vitória do opositor. Mas agora diz que rejeita os resultados.

Fonte: Publico/AFP

Uma semana depois de ter assumido a derrota eleitoral, o actual Presidente da Gâmbia, Yahya Jammeh, voltou com a palavra atrás e, esta sexta-feira, garantiu que não reconhece os resultados das eleições de dia 1 de Dezembro que deram a vitória a Adama Barrow.


“Assim, tal como lealmente aceitei os resultados, acreditando que a Comissão Eleitoral era independente, honesta e confiável, rejeito-os na sua totalidade”, afirmou Jammeh denunciando “erros inaceitáveis” por parte das autoridades eleitorais.

 

Das eleições saiu como vencedor Adama Barrow, que prometeu acabar com as violações dos direitos humanos no país e reverter a decisão da Gâmbia de abandonar o Tribunal Penal Internacional. Barrow reagiu ao anúncio dos resultados oficiais dizendo esperar que o chefe de Estado aceite a derrota.

 

Barrow obteve 45,5% dos votos e Jammeh 36,6%, com o terceiro candidato, Mama Kandeh, a receber 17,8%. Jammeh, de 51 anos, tinha dito durante a campanha que só Alá o poderia retirar do cargo.

 

Yahya Jammeh está no poder há 22 anos. Adama Barrow, um ex-agente imobiliário que substituiu o líder da oposição detido, era visto como um nome de recurso encontrado à última da hora para fazer frente ao todo-poderoso Jammeh – um ditador que promoveu um culto em torno da sua personalidade, adoptando o título pomposo de “Excelência Sheikh Professor Doutor Presidente”.

 

Nas suas duas décadas no poder, Jammeh conduziu uma política externa que conduziu o país – uma pequena língua de terra rodeada pelo Senegal com 70 quilómetros de costa – a um crescente isolamento. A decisão mais recente foi a saída da Gâmbia do Tribunal Penal Internacional, mas antes Jammeh já se tinha retirado da Commonwealth, que caracterizou como um organismo “colonial”. Há vários anos que a União Europeia tem milhões de euros de ajuda para o desenvolvimento bloqueados por causa das violações de direitos humanos atribuídas ao regime de Jammeh.