Lisboa – A concepção de que o general João Manuel Lourenço poderá vir ser um líder diferente aos restantes presidentes africanos (caso seja eleito, nas próximas eleições, Presidente da República de Angola) é elucidada com o registro de um antecedente em que teria negado o pedido de negócio do seu primogênito.
Fonte: Club-k.net
Isto é, logo após a sua nomeação como ministro da Defesa Nacional, o seu filho mais velho apresentou-lhe uma proposta que visava colocar uma empresa no sistema de fornecimento de logística das Forças Armadas Angolanas (FAA). O ministro rejeitou o pedido tendo apresentando ao filho os seus argumentos.
Para além do filho, o ministro João Lourenço rejeitou outros pedidos do gênero de altos funcionários do regime e de colegas do partido. No caso de algumas insistências argumentava que poderia aceitar caso o pedido viesse acompanhando com uma orientação
por escrito do chefe do executivo, José Eduardo dos Santos, a quem deve obediência institucional.
O sistema de logística das FAA esteve no passado sob responsabilidade de uma empresa estatal, a SIMPROTEX-EP. Mais tarde, a Casa Militar do general Manuel Vieira Dias “Kopelipa” substituiu por uma empresa privada, de donos libaneses, a CAMARUF, que a dada altura fornecia 100% da logística para as tropas angolanas.
Com a entrada de João Manuel Lourenço no sector da Defesa, o novo ministro passou a defender que o sistema de fornecimento de logística fosse devolvido a estatal SIMPROTEX-EP, e não aos libaneses conotados ao Chefe da Casa Militar da PR.
João Lourenço, é um dos dirigentes mais prestigiados e respeitado do regime angolano. A sua posição em distanciar-se de praticas de trafico de influencia e de restituir algumas normalidades quando ao funcionamento do sector da Defesa, em Angola, foi vista como instrumento de catalização da sua afirmação como Ministro da Defesa. O seu antecessor, Cândido Pereira Vandúnem, tinha dificuldades em se impor diante do general Manuel Vieira Dias “Kopelipa”, razão pela qual foi ao seu tempo, que lhe impuseram fornecedores libaneses na distribuição da logística do exercito.
Temas relacionados
“Braço de ferro” entre Kopelipa e João Lourenço
General Zé Maria prende assistente de João Lourenço
Ministro da Defesa queixa-se do general Zé Maria