Luanda - O advogado dos familiares de Rufino António, o adolescente de 14 anos assassinado pelas tropas da PCU no Zango quando defendia a casa da família das demolições em Agosto de 2016, acusa a Procuradoria Geral da República (PGR) de condescendência em relação aos militares indiciados pelo crime de assassinato.

*Manuel José
Fonte: VOA

Desde que, há seis meses, PGR iniciou a fase de instrução preparatória, indiciou quatro militares da PCU a comparecerem para prestarem depoimento, que têm optado por uma estratégia de revezamento: ora aparece um e os outros não, ora comparecem dois e os outros não.


O advogado Luís Nascimento diz que essas ausências atrasam o processo e denuncia a postura da PGR que, no seu entender, tem sido parcial e tendenciosa.


''Já foram notificados várias vezes, ultimamente um dos miitares que diz estar doente não tem comparecido às sessões, isto tem condicionado o processo, com certa condescendência da PGR que supervisiona o processo'', revela Nascimento, lembrando que “estamos há mais de seis meses nisto e é impossível uma situação destas, que, se não fossem militares, já teria sido resolvida”.


A PGR, continua aquele defensor, “tem sido bastante condescendente porque se fosse um cidadão comum a cometer isso seria logo preso por desobediência à autoridade''


Enquanto isso, os familiares da Rufino António sobrevivem em condições lastimáveis no Zango, segundo o activista cívico Rafael Morais.


''A família de Rufino continua na mesma, numa casa de chapa em condições precárias, aliás como todas as famílias de angolanos depois de verem suas casas demolidas pelas autoridades'', denuncia Morais.

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