Luanda - A teoria que representa o povo como «preservativo eleitoral» só é válida se de facto o povo votou mesmo no partido dominante, o que não acredito com «todo o meu ser». Até porque existem provas de que os resultados foram fabricados, ou seja, se atribuíram o «esperma» que corresponde a 81%. Todos que votaram no grupo vampírico é preservativo eleitoral!

De um tempo a esta parte, nas abordagens dos meus punhos, tenho estado à referir-me a terminologia «preservativo eleitoral». Tendo como pano de fundo, a densidade que o termo carrega, parece-me ideal esclarecer aos leitores. Vamos a analogia. Talvez alguns prefiram comparação.

Entendemos que um processo eleitoral é como a tentativa de conquista de uma mulher até chegar ao coito. O partido no poder, apresentou-se como o jovem boss – aquele que tem toda a massa que desviou do petróleo, dos diamantes e doutras fontes do estado – enquanto que os partidos da oposição apareceram como aqueles jovens que vêm de coração e amor sincero (alguns é claro) mas sem capacidade financeira que corresponda com as expectativas interesseiras da moça – que é o povo neste caso – uma jovem ngaxi, desprovida de saber. A única realidade que vislumbra na vida é a materialidade que a Revista Caras, a TPA, a Angop e o Jornal de Angola lhe dão a conhecer. Um povo deste tipo só pensa com o ventre e para o ventre, tal como aqueles que o governa. Povo como este não se lhe pode falar das coisas do espírito como escola, ciência, investigação, arte. Prova disto foi a FpD que foi mal compreendido… só entendem aquilo que é próprio de cães.

 Durante a campanha, que no nosso entender pode ser comparado ao período de excitação, em que a CNE foi um bom vibrador ou assessor sexual para o partido que manda e desmanda. Tal como demonstra a sexologia – no período de excitação e ejaculação – existem pessoas que falam de tudo e mais alguma coisa que o diabo nunca lhe passou pela consciência. Foi exactamente assim que o partio-diabo se portou durante a campanha e depois que começou a ejacular o resultado acima expresso. Fizeram comunicados em todos os cantos e recantos, diziam: o vampiro agradece ao povo pela vitória estrondosa; o maquiavelismo está satisfeito com a confiança que lhe foi depositada nas urnas; vamos fazer tudo para o comprimento do nosso programa (programa que só eles conhecem e talvez aqueles que o votaram); obrigado, obrigado, vamos fazer tudo para a vossa felicidade, inclusive criaremos rios onde não há!; etc., etc. 

Tal como o preservativo, após o coito é deitado fora, assim o grupo dominante está a fazer ao povo angolano que talvez lhe confiou a suposta vitória esmagadora. O povo está a ser tratado como qualquer produto descartável. Para sustentar a nossa premissa passemos a alguns exemplos: a polícia continua a matar jovens e zungueiras; as demolições que visam satisfazer os interesses do Príncipe, da sua família e dos seus fieis caninos continua (os factos mais recentes são os da ilha, Sapú e tantos outros); aquando das cheias que as consequências continuam, os preservativos…foram abandonados a sua sorte; agravou-se a crise social que se configura na ausência de transportes, energia, agua, saúde, educação, etc. etc.

Têm plena consciência da impossibilidade de questionamento dos preservativos, por isso, fazem tudo que entenderem. Numa altura em que se leva a cabo os trabalhos prévios para a aprovação do documento que nos vai guiar como "bairro grande", ainda assim promovem uma maratona de conferências para distrair a sociedade – conferencia nacional sobre habitação, …industria, …marcas, …alimentação, …desenvolvimento rural, … transportes… Estas conferências não passam de mera retórica e desperdício de dinheiro sem qualquer efeito positivo na vida dos descartados.
 
Numa entrevista, que o filósofo e teólogo Moçambicano Severino Elias Ngoenha concedeu a Rádio Vaticano, fala da necessidade da construção de uma nova visão da história (ideia bem completa no seu livro "Filosofia africana – das independências às liberdades").
Entre várias questões que lhe colocaram, destacou-se a seguinte: durante as lutas de libertação do jugo colonial, havia três grandes valores que eram defendidos: a terra (nação), o povo e o partido – porque será que hoje, estes ideais são desprezados e ofuscados? Com toda fineza intelectual que caracteriza o filósofo Ngoenha, retorquiu da seguinte maneira: esta questão não se colocaria desta forma. Para mim deve-se inverter a questão. Dai começou a sua reflexão que passo a apresentar:

«Os líderes que governam os países africanos, quase todos participaram na luta anti-colonial. Para eles, o facto de libertarem politicamente o continente, acham que todas as gerações subsequentes devem submeter-se as suas vontades por causa do peso da historicidade. Dai, a inviabilização de todos os projectos que figuram "ad extra" geração colonial. Impedem que nasçam novas utopias em todos os aspectos que fazem o complexo sistémico societal.

Ngoenha reafirma o necessário reconhecimento-gratidão da nova geração a antiga geração, que muito fez, mas ao mesmo tempo não podem nos prender e condenar na sua má concepções da história. Somos gratos sim, a tudo que o MPLA, FRELIMO, RENAMO, ao PAIJC, a ZANU-PF, ao ANC, mas já desempenharam o seu papel. Conseguiram concretizar a utopia da libertação política. Deixem-nos construir novos sonhos, novas utopias, novas filosofias que nos poderá levar a liberdade plena e não mais a libertação que resultou na encarnação do colonizador.

O que se nota hodiernamente, é que os antigos ideólogos e paladinos da libertação, transformaram-se em profundos opressores, ou seja, encarnaram o espírito colonial com alguns graus a mais de maledicência. Dai que os ideais acima expressos não passam de instrumentos para o alcance dos fins grupocêntricos e personalistas, por isso, a terra-nacao não passa de um meio com o qual se pode negociar as riquezas nele contidos para a satisfação da ventrolicidade e o maquiavelismo absoluto. A nação é somente um instrumento diplomático para ter acesso aos dinheiros do ocidente.

Quanto ao povo, é dele que mais se fala; é o mais e melhor adjectivado, mas não passa de um autêntico produto descartável – o preservativo para o contexto angolano. Este é pisado de todas as formas!!!

O partido, este sim, é o mais defendido. Este está acima do estado e do indivíduo. A cidadania reduz-se a militância partidária e no grupo. Neste particular, Angola é o protótipo acabado em que o partido se identifica com o estado, ou seja, o parido e a persona que o conduz é o estado. Ora, o partido e o grupo é defendido a todo custo, mesmo que para isso tenham de matar, tal como tem acontecido…»

Portanto, o território angolano é a grande cama onde toda a prostituição politica é realizada; os povos são simultaneamente preservativo e prostituta E O PARTIDO? É A SÍNTESE DE TODO O MAL, A ENCARNAÇẬO DO DIABO QUE EJACULA TODA PERVERSIDADE SOBRE O POVO!!!
 
Fonte: Club-k.net