Lisboa - O ministro sem pasta (sim, o tal que sem vergonha insidiou os seus irmãos cabindas a troco de um tacho sem expressão no Governo angolano) afirmou recentemente em Menongue (ontem Serpa Pinto, hoje Kuando-Kubango) terem sido registados avanços significativos na área dos Direitos Humanos nos últimos tempos, depois do conflito armado que assolou o País.

Não há dúvidas que, de facto e de jure, o País registou avanços significativos na área dos Direitos Humanos. A atestar isso está o facto de o presidente da Comissão do Manifesto do Protectorado da Lunda-Norte, Jota Filipe Malakito, estar desaparecido desde o passado dia 15 do presente mês.

E quem é (era) Jota Malakito? Era um pobre coitado, um descamisado e, ainda por cima, ingénuo que pensou erradamente que vivia num País livre (tão livre como os EUA!) e entendeu fazer juz aos seus pretensos Direitos Civis e Políticos liderando um movimento, cujo escopo é, primeiro, o de exigir a autonomia das Lundas e, segundo, a melhoria das condições sociais dos locais por parte do Governo.

Em declarações à imprensa, no palácio governamental, Bento Bembe (o tal que, por «30 dinheiros», traiu a causa dos cabindas) referiu que com base nas experiências que possui em matérias de Direitos Humanos, neste momento, depois da visita de constatação que efectuou nas províncias do Huambo, Cabinda, Uige concluiu que a situação tem vindo a melhorar substancialmente.

Pudera! Depois de um banquete faustoso oferecido certamente pela dupla Eusébio Teixeira e José Maria dos Santos Ferraz (governador e vice-governador para área social do Kuando-Kubango, respectivamente), qualquer delator chegaria à conclusão de Bento «Judas», perdão, Bembe.

O (ir)responsável Bento Bembe (o tal que agora dispara com deleite contra os seus camaradas de luta!) assegurou que o Governo angolano tem tratado seriamente de questões ligadas aos Direitos Humanos, sublinhando que está a frente de uma delegação na província do Kuando Kubango para se inteirar da situação dos DH nesta região.

Mas isso já todo mundo sabe. É por demais consabido que quando a conversa é Direitos Humanos o Governo angolano não brinca em serviço. Perguntem aos moradores da Ilha de Luanda que foram levados ao Zango (Viana) como se fossem bois. Questionem como foram humilhados, sovados, escalavrados por agentes da Policia Nacional e intimados pelos mesmos a chorar com os olhos secos.

Durante os três dias de trabalho, Bento «Poncio Pilatos» Bembe manterá encontros com membros do Governo local, com o director dos Serviços Prisionais, dos Serviços de Migração e Estrangeiros, Serviços de Protecção Civil, da Direcção Provincial de Investigação Criminal e da Ordem Pública, assim como a administração da justiça, juiz presidente, autoridades tradicionais, representantes das organizações religiosas da província.

Pois é,  três dias no Kuando-Kubango tudo às custas do contribuinte angolano…

Fonte: NL