Braga - O general angolano Rui Alberto Sá, conhecido como general ‘Dibala’, foi esta semana operado à carótida no Hospital Trofa Saúde Braga Centro.

*Miguel Viana
Fonte: Correio do Minho

Uma cirurgia que se distingue pelo facto de ser diferenciada e usar um método considerado inovador. “É uma cirurgia conceituada para doentes com risco de acidente vascular cerebral (AVC) e altamente diferenciada. Está conceituada em toda a região Norte, particularmente no Minho, mas no sector privado sou o único a fazê-la. Faço com o doente acordado, com anestesia local, o que permite a monitorização neurológica”, explicou João Franklim, responsável pela especialidade de Cirurgia Vascular do Hospital Trofa Saúde Braga Centro.

 

O mesmo médico acrescentou que este tipo de cirurgia “permite evitar cerca de 40 por cento de casos de AVC”.

 

O facto de se tratar de um método considerado eficaz foi o que motivou o general angolano da reforma, a optar por ser operado em Braga. “Já o ano passado foi operado ao lado esquerdo do pescoço pelo mesmo médico e correu muito bem. O tratamento aqui é muito bom e em Angola não existe esta especialidade. Já tinha ouvido falar deste médico e da sua equipa e resolvi vir para cá”, disse o general ‘Dibala’.

 

A esposa do general do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), Cristina Odete acrescentou que os profissionais de saúde angolanos “ainda não estão preparados para este tipo de cirurgia. Só seria possível se esta equipa fosse para lá.”


Um facto que levou o médico do hospital bracarense a considerar a vinda do general angolano, como “um reconhecimento do bom trabalho que se pratica neste hospital”, disse João Franklim.

 

O general Rui Alberto Sá, de 77 anos, foi um dos operacionais do MPLA e esteve envolvido nas actividades de guerrilha antes da independência de Angola em 1975, altura em de adoptou a alcunha de general ‘Dibala’. “Na guerrilha tínhamos o hábito de termos um segundo nome.Era uma forma de camuflar a nossa presença, de não saberem quem era quem e de manter o anonimato”, disse o general.


Actualmente é presidente da Fundação Lúcio Lara, em Luanda. A esposa é uma das fundadoras da Organização da Mulher Angolana, uma das organizações do partido MPLA que tem como principal missão lutar para igualdade de género naquele país africano de lingua portuguesa.