Luanda - A primeira fábrica de farinha de trigo angolana, inaugurada sexta-feira, em Luanda após um investimento de 101 milhões de dólares (90 milhões de euros), vai permitir incentivar a produção nacional de milho, ainda reduzida, perspetivaram hoje os promotores.

Fonte: Lusa

Instalada no porto de Luanda, numa área de aproximadamente 30.000 metros quadrados, a unidade da Grandes Moagens de Angola (GMA) vai produzir 1.200 toneladas de farinha de trigo por dia, das quais 260 toneladas em farelo para complemento a ração animal, trabalhando 24 horas por dia, todo o ano.

 

"É uma indústria com tecnologia de ponta destinada a satisfazer a procura local", explicou o administrador da GMA, César Rasgado, acrescentando que a fábrica vai permitir satisfazer 60% da farinha de trigo que é consumida em Angola, avaliada anualmente em cerca de 500.000 toneladas.

 

"Estamos a falar já com as entidades para incentivar e promover os produtores de trigo localmente e com a disponibilização de farinha de trigo no mercado vamos permitir que o seu acesso por indústrias de massas, biscoitos e de panificação industrializada", acrescentou o responsável.

 

Diminuir a importação de farinha de trigo em Angola e promover a produção de farinha de trigo e dor próprio trigo localmente é o objetivo dos promotores, que numa primeira fase terão de importar matéria-prima diretamente na Europa, América e Ásia.

 

Na inauguração da fábrica, que garante 150 postos de trabalho diretos, o ministro da Economia de Angola, Abraão Gourgel, considerou que com a nova indústria de farinha de trigo no país o preço do pão no mercado será mais estável.

 

"Garantir uma certa estabilidade de fornecimento de farinha de trigo aos panificadores, por isso o preço do pão, não diria reduzir, mas vai certamente ser mais estável", disse.

 

Com a fábrica a funcionar em pleno, o Governo angolano prevê cortar em 60% nas importações de farinha de trigo, estimando uma poupança anual de 100 milhões de dólares (90 milhões de euros).

 

"Acho que é uma grande redução e é uma grande contribuição para a diminuição das importações", disse, por seu turno, a ministra da Indústria, Bernarda Martins.

 

"É evidente que não vamos cobrir a importação de farinha de trigo na sua totalidade mas na velocidade do cruzeiro nós vamos conseguir ter um mercado coberto", apontou ainda.

 

A governante defende que esta fábrica vai fomentar o surgimento de pequenos produtores de trigo a nível do país.

 

"Temos a certeza que este projeto não vai ficar por aqui, ele vai continuar a trabalhar sendo que é um projeto que depende neste momento de matéria-prima e vai fomentar outras iniciativas, essencialmente com os pequenos produtores de trigo no país", realçou Bernarda Martins.