Luanda -   A dois anos, temos vindo a assistir um trânsito rodoviário caótico e dramático na capital angolana.Um facto que ficou mediatizado de tal forma, que levou-nos a reconhecer a gravidade da situação, porque afectou directamente, tanto os detentores de riquezas roubadas quanto os pobres, embora se deve reconhecer que os mais sofridos, indiscutivelmente foram os paupérrimos desta Luanda, que peavam e continuam a caminhar vinte quilómetros…, misturadas com carros, na mesma estrada, porque a cidade está desprovida de passeios. O trajecto revela-se crítico, não só, pela distância que as pessoas percorrem, mas, pelo facto de faze-lo em picadas nauseabundas e putrificadas, com águas de cor, lixo e todo tipo de podridão inimaginável.

Diante deste quadro dramático, o governo eternamente aldrabão a 34 anos, saiu a terreiro com o seu forte espírito diabólico para mentir mais uma vez aos angolanos analfabetos que eles forjaram para melhor desgovernar. A mentira foi: uma reunião do conselho de ministros ou melhor o conselho dos diabos encarnados que deliberou somas astronómicas de dinheiro para a reabilitação das estradas de Luanda no período seco. Resultado: nada feito, e as chuvas reapareceram e o sofrimento quadruplicou... Estes são mesmo os diabos causadores do sofrimento dos angolanos.

Neste período o demagogo de palavras ocas e sem conteúdo, Bento Bento, desapareceu.
Uma pergunta impõe-se, onde foi o dinheiro aprovado pelo conselho dos diabos, que estava destinado para a reabilitação das estradas de Luanda? A resposta certa é: desviaram como sempre, para agudizar o  sofrimento…

Tendo como pano de fundo as características do trânsito rodoviário, apresentadas acima, urge a necessidade de apresentarmos caminhos para que possamos sair deste estado de caoticidade em que as pessoas se encontram envolvidas. Mas este drama todo, tem os seus responsáveis directos e parciais. Importa frisar que os académicos apresentam princípios teóricos e práticos, mas cabe aos responsáveis das instituições afins, a executar em termos reais.
 
O estado do trânsito e as causas
 
         Tal como afirmamos nas linhas anteriores, a cidade de Luanda encontra-se numa situação nunca antes vista pelo menos por aquilo que nós sabemos. O cenário revela-se triste porque as pessoas ficam sete a oito horas no trânsito, em longas filas e que tem graves implicações, tanto na vida económica das pessoas concretas, nas famílias e para o país em geral.
           Nós pensamos que a situação em que o trânsito se encontra, tem dois tipos de causas no que o tempo diz respeito: causas remotas e próximas.

          Por outro lado, existe outra causa muito mais profunda porque envolve a dimensão ética: a crise moral revela-se também um factor determinante e fundamental no trânsito.
         Em relação as causas remotas, nós pensamos que a cidade de Luanda não foi projectada para o número de pessoas que hoje alberga, portanto, a estrutura arquitectónica da capital está sem capacitaste de resposta a explosão demográfica, que acarreta outros problemas como: o aumento do número de viaturas e outro tipo de fenómenos susceptíveis de inviabilizar o transito. Mas é necessário que as pessoas tenham consciência de que, a falta de vontade política e má governação que vem norteando o país é a razão fundamental e indiscutível para o estado de Luanda, no que o trânsito diz respeito.

          Por outro lado, podemos afirmar que a falta de estradas suficientes, a ma actuação do trânsito que só está na rua para cobrar dinheiro e não para regular; associado ao comportamento indecoroso dos automobilistas em geral e dos extremamente mal-educados taxistas. Este comportamento remete-me a questão moral. Significa que todas as causas se resumem numa só questão: a crise moral, porque, o comportamento revela a carga valorativa das pessoas, seja qual for o lugar onde estivermos; mesmo os nossos governantes fazem o que fazem, porque estão desprovidos de qualquer referência moral. As chuvas que são culpabilizadas de causar  o problema do transito, ela não passa de um mero acréscimo que já encontrou condições e estruturas propicias para que Luanda estivesse como está.
 
Consequências
 
          O estado psicológico das pessoas é de stress, agressividade, pressão, tristeza, desmotivação, cansasso permanente, tudo isto leva a improdutividade nas instituições e a consequente quebra na produção de bens e serviços, assim como nas relações inter-pessoais. Existe um pormenor sobre o qual vale a pena fazer referência de forma particular, tendo em conta a sua importância: o processo educativo que certamente é bastante afectado nos seus resultados.

Porém, a situação afecta as rendas das famílias e do país em geral.
 
Possíveis caminhos solucionais

 
           Os possíveis instrumentos de solução não devem estar desligados das causas. Propomos as seguintes estratégias:
 
1)      Construção de estradas secundárias e terciárias, para favorecer a fluidez no trânsito.
2)      Elevar o nível moral dos cidadãos e da polícia trânsito que são os principais intervenientes do trânsito, isto só é possível por meio de uma educação séria e integral, com uma grande carga valorativa ou axiológica, isto pressupõe uma reformulação da escola angolana, mas não é, esta reforma educativa a toa, que o governo está a levar a cabo.
3)      Aumentar os salários da polícia trânsito, para que não continuem a mandar parar para pedir dinheiro, um acto que também tem influência sobre o trânsito.
4)      Construir grandes estradas com seis a oito faixas, tendo em conta o aglomerado populacional desta pseudo capital.
5)      Desconcentrar os serviços administrativos de interesse público, para que as pessoas não estejam todas viradas para o coração da cidade. Serviços como: notários, super mercados, de todos os níveis, identificações, etc.
6)      Criar uma rede de transportes públicos séria, capaz de respondem a demanda, porque nós pensamos que, isto diminuiria a compra de carros e muitos que os têm escusariam de utiliza-los em determinadas circunstâncias, conforme acontece nas verdadeiras nações.
7)      É necessário que se crie parques de estacionamento, na periferia, para que os proprietários parqueiem e usem o transporte público. Repito, uma rede de transportes condigna, confortável e séria. Outra razão que justifica a construção de parques é o facto da cidade de Luanda não ter este bem imprescindível para a organização das cidades que se querem civilizadas, até porque em Luanda estaciona-se nos passeios escangalhados, que piora o trânsito
 
Portanto, a situação é de tamanha preocupação, por isso, é necessário uma intervenção séria, do estado angolano, para que saiamos desta situação calamitosa.

Fonte: Club-k.net