ImageLuanda - A crise económica e financeira que se abateu sobre a economia mundial, a partir de Setembro de 2008, parecia inicialmente circunscrita aos países mais desenvolvidos, nomeadamente Estados Unidos e Europa, como consequência de falhas graves nos seus sistemas financeiros. Posteriormente estendeu-se amplamente à economia real e ao comércio internacional.

No entanto, Angola experimentava um período de forte crescimento, estando a desenvolver um ambicioso Programa de Investimentos com vista a alcançar o crescimento económico e social sustentado a prazos mais longos.

Por orientação do Chefe de Estado, já o Plano Nacional de Desenvolvimento para 2009 acautelava quanto à necessidade de diversificação da economia para além dos “enclaves” dos petróleos e diamantes, na procura de sustentação do crescimento com base nas potênciais vantagens comparativas e competitivas da nossa economia, porém sem perder de vista a estabillidade, o equilíbrio orçamental e o combate à pobreza. Essa orientação é reiterada pelo Presidente José Eduardo na sua mensagem de fim de ano.

Diante da crise, o Presidente teve, de imediato, a visão do Estadista. Foi capaz de, rapidamente, se aperceber da extensão dos seus possíveis efeitos e ameaças sobre a economia e as finanças de Angola, ao atingir os sectores de petróleo e diamantes.

Mais do que isso: tomou iniciativas, ainda ao final de 2008, tendo mandado identificar e quantificar os impactos sobre a economia e a sociedade angolanas e orientar o Governo quanto às acções atempadas para neutralizá-las.

Este conjunto de acções concertadas evoluíu rapidamente para uma Estratégia de Gestão da Crise, que se amalgamou ao Plano Nacional, e já em Fevereiro tomou a forma de um Cronograma de Gestão Macroeconómica a implementar em 2009, com medidas bem definidas nos campos da gestão fiscal, monetária, de balança de pagamentos, de reestruturação e nova programação dos investimentos, de melhorias de gestão e de preservação dos gastos prioritários e de atendimento às necessidades básicas da população.

No âmago das opções estratégicas está a alternativa da busca de financiamento adequado para os desequilíbrios orçamentais e da balança de pagamentos, sem comprometimento das reservas internacionais e das reservas do Tesouro, e com políticas monetárias adequadas de forma a não ameaçar a estabilidade tão bem conquistada nos últimos 5 anos. Para que este financiamento seja possível, há que se tomar medidas de ajuste de curto, médio e longo prazos, tendose em conta a imprevisibilidade da duração e da profundidade da crise.

O referido instrumento pragmático está portanto composto de três partes básicas: 1-Medidas e tarefas no âmbito da gestão económica: equilíbrio orçamental, controle monetário mais amplo, financiamentos interno e externo dos investimentos públicos, preservação das reservas internacionais, entre outras; 2-Medidas e tarefas estruturais, de reformas e de fomento às actividades produtivas internas, nomeadamente para a diversificação da economia; 3-Medidas e tarefas de natureza institucional, que visam prover um quadro adequado ao maior sucesso das políticas públicas.

Para o acompanhamento e monitorização da implementação das medidas determinou, o Presidente, a constituição de um Comité Interministerial de Gestão da Crise, no âmbito da Comissão Permanente do Conselho de Ministros, como garantia da eficácia dos resultados a serem obtidos. Estamos todos, é claro, na esperança de rápida superação da crise, mas também confiantes em que, apesar dela, Angola conseguirá minimizar os seus impactos e seguir em frente no seu processo de desenvolvimento.

Fonte: O Pais