Luanda - Depois de ter tecido duras críticas ao Presidente Joseph Kabila, a quem responsabiliza pela instabilidade na República Democrática do Congo (RDC), seu país natal, Sindika Dokolo volta a alertar para a situação "explosiva" que se vive em Kinshasa.

Fonte: Reuters

Em declarações à agência de notícias Reuters, o colecionador de arte africana Sindika Dokolo não esconde osreceios sobre a situação na RDC.

 

"Andamos a subestimar a capacidade do Congo para desestabilizar a região", adverte o empresário, acentuando otom do aviso: "Estamos a brincar com fósforos num barril de explosivos, e isso preocupa-me bastante".

 

Os alertas de Sindika Dokolo surgem menos de um mês depois de ter dirigido duras críticas ao Presidente JosephKabila, que responsabiliza pela onda de violência que se vive na RDC, em particular no Kasai e Kasai Oriental.

 

Segundo sugere o empresário, natural da RDC, o crispar dos acontecimentos esconde "uma vontade deliberada decriar uma crise sub­ regional", sendo razoável pensar que "tudo foi feito para que não haja eleições".

 

Para sustentar a sua análise, divulgada em entrevista ao jornal belga La Libre Belgique, o coleccionador apontacomo exemplos de "pedras na engrenagem" o atraso no registo eleitoral e a morte de funcionários da ONU, a seuver assassinados com a intenção, admissível, de levar a ONU a retirar-se do processo eleitoral, "tudo indicando quese trata de uma estratégia de terra queimada".

 

"Se for o caso, e face ao balanço trágico em vidas humanas, isso poderia ­ e sublinho o condicional revelar-secomo uma questão para a Justiça Internacional ou para o Tribunal Constitucional, a quem cabe estabelecer ostermos que constituem o crime de alta traição. É dramático pensar que políticos possam ter instrumentalizado amorte de congoleses e civis estrangeiros com fins políticos", disse Sindika Dokolo nessa ocasião.

 

Com uma voz cada vez mais activa na discussão da realidade do seu país natal, o marido de Isabel dos Santos doourecentemente 200 toneladas de ajuda humanitária aos milhares de refugiados congoleses que, dia após dia, chegama Angola.