Luanda - A Liga composta por 60 antigos presidentes de partidos políticos, criada em 2013, ano em que foram ilegalizados cerca de 70 antigas formações partidárias, declarou apoio à UNITA por consideraram que é o partido com o programa mais "credível e ambicioso".
Fonte: NJ
Em declarações ao Novo Jornal Online, o porta-voz da liga, Kenguele Jorge, que liderou a antiga AD-Coligação, disse que a UNITA, nos actos de massa que tem vindo a realizar, apresenta "um programa convincente e capaz de contribuir para o desenvolvimento de Angola".
"Os nossos antigos apoiantes e militantes estão mobilizados para que no dia 23 votem na UNITA e no seu candidato para vencer as eleições", afirmou, frisando que os 60 ex-presidentes de forças políticas estão unanimes com apoio.
Recorde-se que destes 60 antigos partidos só o PLD e a AD-Coligação conseguiram eleger deputados, em 1992, três e um, respectivamente, tendo Angola assistido, após estas primeiras eleições multipartidárias, ao surgimento de pelo menos 120 partidos e coligações que, entretanto, foram sendo engolidos pela história naturalmente ou por decisão do Tribunal Constitucional, sem que nenhum deles tenha alguma vez alcançado
Ainda segundo Kenguele Jorge, o MPLA, desde que governa o país, após 1975, "tem criado, enormes dificuldades de vida aos angolanos que ambicionavam ter uma Angola próspera".
"No período do conflito armado que dilacerou o país entendemos, mas desde 2002, altura em que a guerra acabou e país ganhou muito dinheiro com a exploração do petróleo, a miséria aumentou. Por isso, apelamos aos angolanos a depositarem o voto na UNITA", frisou.
Kenguela notou ainda que os angolanos vivem, " sem necessidade, na miséria, apesar das riquezas naturais do país, que é o segundo maior produtor de petróleo do continente africano".
O porta-voz da liga lamentou que a taxa de desemprego a nível nacional seja muito elevada e atinja sobretudo a população jovem entre os 15-24 anos.
Kenguele Jorge reconheceu que os seus associados estão a passar por "muitas dificuldades" e exigem do Executivo angolano um "subsídio vitalício" para todos os antigos líderes partidários.
"Jogamos um papel preponderante no fortalecimento da democracia em Angola. Por isso, o subsídio vitalício para nós não é um favor", acrescentou.
O Tribunal Constitucional ordenou em 2013 a extinção de 48 partidos por não terem concorrido a eleições por duas vezes consecutivas e 19 por não terem alcançado 0,5 por cento dos votos validamente expressos nas eleições gerais de 2012, conforme decorre da lei dos partidos políticos.
As eleições gerais de 23 de Agosto contam com seis forças políticas a disputar os 220 lugares no Parlamento e ainda a eleição do Presidente da República e do Vice-presidente, que são, respectivamente, o primeiro e o segundo nome das listas apresentadas pelo círculo nacional.
Vão estar na disputa pelos votos dos 9,3 milhões de eleitores, conforme o sorteio que ditou a disposição no boletim de voto, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), que propõe Isaías Samakuva para Presidente da República, a Aliança Patriótica Nacional (APN), cujo cabeça de lista é Quintino Moreira, o Partido da Renovação Social, cuja aposta para a Presidência é Benedito Daniel, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que tem João Lourenço para substituir José Eduardo dos Santos na Cidade Alta, a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), com Lucas Ngonda a liderar a lista; e a Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), que apresenta Abel Chivukuvuku para Chefe de Estado.
O círculo nacional elege 130 deputados e os círculos das 18 províncias elegem 90, cinco deputados por cada uma delas, contando a Comissão Nacional Eleitoral com 12 512 Assembleias de Voto reunindo um total de 25 873 Mesas de Voto.