Luanda - O MPLA tem consciência de que as sociedades fechadas não conseguem prosperar, porque não conseguem criar o ambiente propicio para o surgimento permanente de novas ideias e de novos produtos e serviços.

Fonte: O País

O secretário do MPLA para os assuntos económico Manuel Nunes Júnior defendeu recentemente, em Luanda que o país está agora a viver uma nova revolução em que a sociedade Industrial está a dar lugar à sociedade do conhecimento.


Falando em representação do candidato do MPLA a Presidente da República, João Manuel Gonçalves Loureço, o dirigente do partido que chefia o Governo sustentou que a grande diferença entre países pobres e países ricos, a grande diferença em termos de desenvolvimento entre os vários continentes do mundo, são fenómenos relativamente recentes, sendo que o crescimento económico moderno começou há pouco mais de 200 anos com a revolução industrial.


“Angola não deve ficar fora desta sociedade do conhecimento e deve dela tirar todas as vantagens”, afirmou Manuel Júnior, para quem “vencer o atraso científico e tecnológico de Angola é hoje uma condição crucial para o nosso progresso económico e social”.


O dirigente do MPLA considerou que uma das principais implicações da globalização é a relativa facilidade com que a tecnologia e as ideias que lhe estão subjacentes fluem entre países, graças aos avanços conseguidos no domínio das comunicações, em particular da internet.

Para ele, o MPLA tem consciência de que a causa da grande diferença entre os países desenvolvidos e os países em vias de desenvolvimento não reside tanto no desnível de recursos, mas fundamentalmente no grande desnível existente entre os mesmos no que respeita ao conhecimento.


“Por esta razão, o MPLA considera que deve ser criado em Angola, o ambiente institucional adequado para que o nosso país e os angolanos possam tirar vantagem dos conhecimentos produzidos noutras partes do mundo. Para que os angolanos possam trabalhar em actividades que envolvam tecnologias de ponta e hajam incentivos para o surgimento de ideias originais e inovadoras produzidas por nós próprios como angolanos”, defendeu.


O secretário do MPLA disse ser o ambiente institucional propicio a absorção e utilização criadora do conhecimento universal deve ter como base o desenvolvimento de um ensino de qualidade.


O político falou dos avanços quantitativos de Angola no domínio da educação considerando-os “significativos”.

“Em 2002 o número de efectivos no ensino anterior ao Ensino Superior era de 2,5 milhões de alunos. Em 2016 este efectivo passou para 9 milhões. Quer dizer que o efectivo quase que quadriplicou em 14 anos”, disse.


Manuel Júnior manifestou a esperança do seu partido de “ agora de fazer uma revolução em termos de qualidade no nosso sistema de ensino” e que “ devemos trabalhar para que as crianças angolanas, sobretudo as das escolas públicas, tenham a oportunidade de aceder a uma educação de primeira linha”.


Para o político, a “educação a que aspiram países como a Coreia do Sul, a China, os Estados Unidos da América ou a Finlândia, é a que o seu partido promover para os nossos cidadãos.

“Pode parecer um sonho, mas é um sonho realizável. Há muitos factores que contribuem para o aumento da qualidade do ensino”, enfatizou.

Reconheceu que o factor fundamental é a qualidade dos professores e que pode haver ensino de qualidade, sem professores de qualidade.

“Por isso, vamos apostar na existência de professores competentes, motivados e bem remunerados a todos os níveis”, augurou.

O dirigente do MPLA prometeu continuar com o programa de bolsas de estudo internas e para o exterior do país, para a obtenção da licenciatura, devendo as bolsas internas abranger no mínimo 6 mil estudantes por ano.

“Vamos tomar as medidas adequadas par que o processo de selecção dos beneficiários destas bolsas, seja feito com base no mérito individual de cada um e não por meio da cunha e do trafico de influências”, assegurou .


Para Manuel Júnior, a reconciliação nacional em Angola conduzida pelo MPLA é das mais profundas manifestações de inclusão e de amor ao próximo que o mundo pode evidenciar.

“Pessoas que antes estavam em campos opostos e hostis hoje coabitam numa sã convivência, sem ressentimentos e sem quaisquer perseguições e represálias por parte dos vencedores”, disse o político que considerou que o programa eleitoral da UNITA “não tem nada” de especial.


Num outro momento do seu discurso, o dirigente do MPLA reconheceu ser neste ambiente de competição política e económica “que despontam pessoas geniais e altamente talentosas quer no domínio da ciência e da tecnologia, como no domínio da política, dos negócios, da economia, das finanças, do desporto, da cultura e de outros sectores”.


Defendeu também que o seu partido não quer que Angola entre para uma trajectória de crescimento empobrecedor.


“Isto só pode ser evitado, se Angola despontar para o mundo com uma competitividade estrutural em determinados sectores de actividade. Para que tal aconteça teremos de apostar na diferenciação e qualidade dos bens que produzimos, o que implica a existência de níveis adequados de conhecimentos e qualificação dos seus recursos humanos”, disse.