Luanda - Cada dólar norte-americano deverá estar a valer 210 kwanzas em finais de 2018, contra os actuais 167, no câmbio oficial, de acordo com uma nota enviada aos clientes pela BMI Research..

Fonte: Novo Jornal

A BMI Research, um empresa integrada no grupo da agência de "rating" Fitch, com mais de 200 clientes em todo o mundo, justifica esta acentuada desvalorização da moeda nacional, entre outros factores, com a ideia de que o Kwanza é uma das moedas "mais sobrevalorizada" em toda a África subsaariana.

 

Esta perspectiva da BMI, divulgada pela Bloomberg, que é coerente com a opinião da generalidade dos analistas quanto à incontornável desvalorização do Kwanza, surge, todavia, em confronto com a possibilidade igualmente comum de que essa perda de valor face ao dólar deverá acontecer até ao final de 2017, início de 2018, mais tardar.

 

Isso, porque a actual discrepância entre o câmbio oficial 167Akz/1 USD e o paralelo em torno dos 380/1 USD, a par da inflacção anual à volta dos 30 por cento, segundo o mesmo relatório, torna insustentável a manutenção da actual situação.

 

A nota de "research" da BMI avança, entre outros condicionantes a uma precipitação da desvalorização do Kwanza , o facto de um novo Governo, saído das eleições gerais de 23 de Agosto, e a chegada ao poder de João Lourenço, terá uma natural relutância em proceder dessa forma, atendendo ainda ao facto de que as autoridades nacionais, O Banco Nacional de Angola e o próprio Presidente da República terem, nos últimos meses, negado a desvalorização como algo de incontornável.

 

Uma das consequências imediatas em caso de desvalorização do Kwanza é o aumento da inflacção, o que obrigaria o Governo de João Lourenço/MPLA a avançar para medidas impopulares, o que não é visto como provável pela generalidade dos analistas.

 

Esta nota sublinha ainda a possibilidade de o BNA/Governo poderem optar por "sacrificar o crescimento económico" e o "sentimento dos investidores de que a inflacção manterá uma trajectória mais sustentável" por mais algum tempo, atendendo a questões de política interna.