Luanda - A Economist Intelligence Unit (EIU) considera que o acordo assinado entre a empresa de gás Angola LNG e a distribuidora Glencore mostra um "apetite renovado" pelo setor e que os projetos "estão a recuperar de anos progresso errático e subcapacidade".

Fonte: Lusa

De acordo com uma análise ao acordo divulgado este mês entre a Angola LNG e Glencore feita pelos peritos da unidade de análise económica da revista The Economist, a que a Lusa teve acesso, "estes contratos sublinham o apetite renovado por acordos de nova produção com as principais empresas do setor".

Os parâmetros do acordo são semelhantes aos negócios feitos com a britânica Vitol e a germânica RWE Supply and Trading neste e no último ano, mas os pormenores são escassos, diz a EIU.

"Os termos do acordo permanecem na sua maioria privados, mas os acordos sugerem que o projeto Angola LNG está a voltar aos eixos depois de anos de progressos erráticos e subcapacidade", escrevem os analistas


Só a fábrica do Soyo, na província angolana do Zaire, já produziu 3,5 milhões de toneladas, em comparação com 0,77 milhões no ano passado, "e mesmo assim está bem abaixo da capacidade instalada de 5,2 milhões de toneladas por ano".

A central do Soyo, inaugurada em 2013, é um empreendimento detido em conjunto pela Sonangol, com 22,8%, e de outras petrolíferas internacionais, como a Chevron, com 36,4%, e a Eni, Total e BP, cada uma com uma quota de 13,6%.

"A abertura em 2013, mais de um ano depois do previsto, fez a fábrica funcionar durante menos de 12 meses, tendo sido encerrada por dois anos depois de vários incêndios com origem na parte elétrica, falhas nos tubos de distribuição ['pipelines'] e problemas no processamento de gás", lembram os analistas da Economist.

Durante estes anos, notam, "o mercado mudou", e portanto a ideia inicial de exportar gás natural liquefeito (LNG, nas siglas em inglês) para os Estados Unidos acabou por cair por terra devido ao desenvolvimento do gás e petróleo de xisto na maior economia do mundo, fazendo descer a procura dos consumidores por combustíveis estrangeiros.