Luanda - O Secretariado do BP do MPLA terá «torcido o nariz» quando se aventou a possibilidade de reconduzir Ângelo Tavares ao cargo de ministro do Interior. Na verdade, a vontade da maioria dos membros do Secretariado do BP e também do Presidente da República, João Lourenço, era o de ver nomeada uma figura que não fosse Ângelo Tavares. Todavia, terá pesado uma influência movida pelo ex- ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança, Manuel Helder Vieira Dias «Kopelipa», junto do PR cessante, José Eduardo dos Santos, para a recondução de Ângelo Tavares ao cargo de «chefe de todos os policias».

*Jorge Eurico
Fonte: Facebook

DIRECTOR DO SME, A «BOTA» INCÔMODA
DO MINISTRO ÂNGELO DA VEIGA TAVARES

Ladainha à parte, a verdade é que Ângelo da Veiga Tavares (que foi imposto como ministro e não escolhido para o actual Governo) mereceu mesmo um «voto de confiança» para mostrar, no Executivo capitaneado por João Lourenço, o que (não) vale enquanto titular do Ministério do Interior para não comprometer quem por ele intercedeu e consequentemente não deixar também os seus créditos por mãos alheias. Contudo, os esforços do ministro Ângelo Tavares só surtirão efeitos se souber demarcar-se de práticas que o actual Titular do Poder Executivo, João Manuel Gonçalves Lourenço, pretende combater, desencandeando, para o efeito, uma luta sem quartel contra todos os servidores moralmente pervertidos «entricheirados» no aparelho do Estado e arredores.


Destarte, Ângelo Tavares terá de «descalçar a bota» que a muito compromete a sua gestão concomitantemente a Segurança Nacional: o director Nacional do Serviço de Migração e Estrangeiro (SME), José Paulino Silva da Cunha. Apesar de se saber que é protegido do ministro que foi imposto (e não escolhido), no caso Ângelo Tavares, a verdade é que Angola sabe, de norte a sul, que, desde que asSumiu a direcção do SME, José Paulino Silva da Cunha só sabe borrar a escrita. A menos que o ministro queira vê-lo de borrada em borrada até à borrada final em que poderão acabar borrados juntos e misturados!


Ângelo Tavares tem, por isso, a ingente tarefa de encontrar alguém dignamente competente para ocupar o cargo de director Nacional do Serviço de Migração e Estrangeiro (SME) antes que seja associado às manigâncias de José Paulino Silva da Cunha e, desta forma, comprometer quem moveu as necessárias influências para a sua recondução ao cargo de titular do Ministério do Interior.