Lisboa - Uma cidadã de 20 anos de idade (que no dia 5 de Setembro de 2008 terá dado o seu voto de confiança política ao partido no poder) morreu sábado último na portaria da Televisão Pública de Angola (TPA) em Luanda depois de lhe ter sido, perversamente, recusada assistência médica e medicamentosa no Hospital (público) Américo Boavida por falta de dinheiro para pagar o pessoal médico, e não só, de serviço naquela instituição.
Inquérito de investigação não terá pernas para andar
O ministro da Saúde, José Van-Dunem, mandou já instaurar um inquérito (atenção: não se trata de favor nenhum mas sim do cumprimento de um dever político e, acima de tudo, cívico!) para assacar a responsabilidade ao pessoal (médico e, digo eu, não só) que no passado sábado esteve no serviço, e não de serviço, no Hospital Américo Boavida.
A atitude de José Van-Dunem é, a todos os títulos, louvável. Tenho, contudo, sérias dúvidas de que o referido inquérito venha a dar em alguma coisa.
É que tal inquérito, quanto a mim, não terá pernas para andar se, por acaso, o pessoal médico (e não só) - que cometeu o crime de recusar assistência médica e medicamentosa a uma cidadã - for do Comité de Especialidade do partido no poder.
Penso que o crime perpetrado, no passado sábado, pelo pessoal médico (e não só) no Hospital Américo Boavida deveu-se, fundamentalmente, a factores como a inobservância de valores como a ética e deontologia profissionais, desamor ao próximo e a dedicação exclusiva à extorsão dos pacientes que acorrem àquela instituição pública.
* Jorge Eurico
Fonte: NL