Luanda - A secretária de Estado para o Ordenamento do Território de Angola admitiu hoje a existência no país de uma arquitetura com "sérios problemas", sobretudo do ponto de vista da sua continuidade.

Fonte: Lusa

Ângela Mingas, que pela primeira vez exerce um cargo no Governo angolano, falava à imprensa à margem de uma palestra sobre Sustentabilidade e Construção, organizada pela Ordem dos Arquitetos de Angola.

"São arquiteturas que têm custos associados ao seu ciclo de vida muito alto, são arquiteturas que exigem uma manutenção e um exercício permanente por parte dos utentes, para atingirem índices básicos de conforto e de habitabilidade", referiu Ângela Mingas.

Angola vive uma profunda crise financeira e económica desde finais de 2014, com efeitos nomeadamente na área da construção, visivelmente especialmente em Luanda, com várias obras suspensas, devido às dificuldades de financiamento, por entre outras construções ainda do período colonial.


Segundo a secretária de Estado para o Ordenamento do Território, de uma maneira geral essa arquitetura é mais visível, "mas felizmente ainda não é a maioria", tendo em conta a expansão da cidade.

"Lamento dizer, esta arquitetura resolveu alguns problemas, mas lamentavelmente criou outros", disse.

Relativamente ao tema da palestra "Sustentabilidade e Construção", Ângela Mingas lamentou que ainda não seja uma realidade angolana.

"É um processo, mas ainda está muito longe de ser conseguido, porque a sustentabilidade que nós conhecemos é um conceito muito amplo. Do ponto de vista da construção, ela afeta diretamente os materiais de construção e embora existam intenções, elas ainda não têm dimensão suficiente para se poder dizer que já são uma realidade social", indicou.

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