Luanda - A redução dos custos dos operadores do mercado de telecomunicações, através da partilha de infraestruturas, constitui o principal desafio para os próximos cinco anos, considerou hoje em Luanda o ministro das Telecomunicações e as Tecnologias de Informação de Angola.

Fonte: Lusa

José Carvalho da Rocha falava na abertura de um seminário sobre os Desafios do Setor das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, promovido pelo Instituto Nacional de Telecomunicações.

Na sua intervenção, o governante angolano sublinhou a importância desse objetivo, no contexto atual de evolução do mercado e emissão de títulos para novos operadores.

"Um dos elementos fundamentais que nós queremos também partilhar é relativo à partilha das infraestruturas, como um elemento primordial, para que possamos de facto reduzir os nossos custos de operação", referiu José Carvalho da Rocha.


Segundo o ministro, é importante que nesse ambiente concorrencial se partilhem cada vez mais as infraestruturas, para permitir que outros operadores, mesmo não tendo as infraestruturas, possam se instalar no mercado e possam prestar os diferentes serviços.

A produção de estatística sobre o setor é outro desafio, de acordo com o titular da pasta das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, que urge melhorar, para que se melhorem os serviços prestados à população e a posição de Angola na lista de organizações internacionais relativamente à informação.

"Temos muito défice na produção de informação estatística, que no fundo é um elemento que permite com que qualquer um possa observar o estado do nosso setor.

Se podermos produzir estatística suficiente vamos poder, com transparência, observar em quanto andamos relativamente à prestação de serviços para a nossa população", disse.

O governante angolano considerou igualmente fundamental a formação de quadros, pressuposto necessário para uma prestação de serviço de qualidade à população, que se traduz num preço acessível.

"É importante continuarmos, primeiro, a olhar para as pessoas, para a sua qualidade, para podermos enfrentar o mercado, para que possamos continuar a prestar serviços de qualidade e a preço acessível à nossa população", referiu.

Em declarações à agência Lusa, o diretor nacional das Telecomunicações, Pedro Mendes de Carvalho, sublinhou a existência ainda de grandes desafios de expansão dos serviços e das redes a todo o país, principalmente em zonas remotas, rurais e de fronteira.

"Mas também nos municípios, nas cidades, há necessidade que esta expansão seja feita da forma mais racional possível, até mesmo por questões ambientais. Não faz muito sentido, por exemplo, numa determinada localidade três ou quatro operadores implantarem uma torre", disse.

Pedro Mendes de Carvalho, orientador do painel sobre a Partilha de Infraestruturas como Meios de Redução de Custos e Expansão dos Serviços, disse que esta partilha é já uma realidade em Angola, mas há necessidade de se encontrar mecanismos de forma aberta e transparente para que isso aconteça.

A atual conjuntura de dificuldade económica e financeira, apontou Pedro Mendes de Carvalho, é um dos principais motivos pelo qual o executivo quer fomentar esta prática, salientando que dados estatísticos de outras operadoras mundiais indicam que a redução de custos ronda os 40%.

"Principalmente aqueles novos operadores que entram, aqueles novos operadores que precisam de lançar redes, de prestar serviços, por que não utilizar o que já existe e em excedente nos demais operadores", defendeu.