Lisboa - O Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço rescindiu, nesta quinta-feira (9), o contrato entre o Estado angolano e a Bromangol, S.A, uma empresa ligada a interesses empresariais de José Filomeno dos Santos “Zenú”, filho do ex-Chefe de Estado José Eduardo dos Santos.
Fonte: Club-k.net
Empresa que inflacionava o mercado cobrando comissões exorbitantes

Para além de usurpar competências ao Laboratório Nacional do Comércio e Qualidade do Ministério do Comércio, a Bomangol, entrou em polemica nacional uma vez que os importadores reclamavam dos seus elevados custos e a demora na saída de bens importados do porto de Luanda.
Os custos das análises laboratoriais eram de tal maneira elevados, que uma simples operação de despistagem de salmonelas estava tabelada em mais de 4500 dólares que irritavam os importadores nacionais.
Numa fase inicial, quem dava pelo rosto da Bromangol, é Jorge Gaudens Pontes Sebastião, o testa de ferro de José Filomeno dos Santos para os negócios feitos em território nacional. Antes de deixar o poder, o ex-Presidente nomeou – através do despacho presidencial 157/17 - o “testa de ferro” do seu filho para o cargo de Secretário Executivo do Secretariado Executivo do Conselho Nacional do Sistema de Controlo e Qualidade.
Silvio Franco Burity, o actual diretor da Administração Geral Tributaria (AGT) , apesar de não fazer parte da estrutura acionista foi ao tempo das alfandegas, um facilitador envolvendo a Bromangol, havendo informações de que beneficia de uma avença pelo negocio.
Em 2013, Silvio Franco Burity, foi alvo de denuncias de que teria alterado unilateralmente os custos aduaneiros (uma decisão que deveria ser da competência da Assembleia Nacional), condicionando assim o desenlace aduaneiro ao pagamento da inspeção dos produtos importados a Bromangol. Isto é, ao aumentar os custos aduaneiros, mais caro ficava também os preços a serem praticados pela Bromangol, de “Zenú” dos Santos.
Para o analista, Carlos André, a decisão do Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço em desmantelar o esquema da Bromangol, pode ser enquadrada no seu programa de combate a corrupção, uma vez que através do monopólio que esta empresa detinha, ela usurpava competências ao Laboratório Nacional do Comércio e Qualidade do Ministério do Comércio e inflacionava o mercado cobrando as comissões exorbitantes aos importadores que configura em pratica de corrupção ativa.
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