Luanda - O ministro do Interior angolano afirmou hoje que a principal preocupação da Polícia Nacional de Angola deve ser Luanda, que tem sete milhões de habitantes, alertando ainda para um previsível aumento da criminalidade pelas redes sociais.

Fonte: Lusa

Ângelo da Veiga Tavares falava em Luanda, na abertura, hoje, da reunião ordinária do conselho consultivo da Polícia Nacional de Angola, de dois dias, tendo defendido a necessidade de ter uma força policial "moderna e adaptada à realidade de cada momento, vigorosa no combate à criminalidade", mas também "respeitadora dos direitos humanos".

 

Segundo o responsável, é preciso "uma melhor capacidade de controlo das fronteiras e de combate à imigração ilegal, em estreia colaboração com as demais forças e serviços de segurança".

 

Numa altura em que a capital volta a ser notícia por crimes violentos, com vários casos divulgados nas últimas semanas, o governante angolano estabeleceu Luanda como prioridade.


"A nossa grande preocupação deve ser a província de Luanda. Pelas razões múltiplas que são por todos nós conhecidas. E as áreas onde devemos dedicar a devida atenção devem ser as esquadras e os postos policiais, porque depois são essas que têm uma interação mais direta com a população", afirmou o ministro Ângelo da Veiga Tavares.

 

O caso mais recente ocorreu na terça-feira, no centro de Luanda, quando os corpos de cinco jovens, com cerca de 20 anos, atingidos por armas de fogo, foram encontrados por populares.

 

Embora sem adiantar mais informação, o governante pediu igualmente a atenção da polícia para a criminalidade através das redes sociais, admitindo previsível aumento a curto prazo.

 

"Temos de estar preparados e saber lidar com os ataques que infelizmente vão ocorrendo ao nível das redes sociais, e dos dados que dispomos haverá nos próximos tempos alguma tendência para esses ataques serem mais acentuados. Não nos devemos precipitar e muito menos deixar de realizar o nosso trabalho com o vigor que é requerido", desafiou.

 

Falando sobre os recursos humanos da Polícia Nacional, o ministro apelou a um maior rigor da corporação, "desde a admissão à progressão na carreira".

 

"Devemos também explorar melhor as capacidades humanas do nosso Instituto Superior de Polícia e não deixar que esta seja apenas uma instituição de formação, mas que se transforme num verdadeiro centro de estudos para as distintas matérias de interesse policial e não só", apontou ainda.

 

Nesta reunião do conselho consultivo vai ser abordada, até sexta-feira, na sede do Ministério do Interior, a atividade da Polícia Nacional em 2017.