Lisboa – Os Funcionários do Serviço de Inteligência e de Segurança Militar (SISM) manifestam tristeza pelo facto do seu ex-chefe  general António José Maria ter levado  para casa os computadores da instituição   no momento em que  recolhia os seus pertences pessoais. O general foi informado da sua exoneração e no dia 17 do corrente usou duas  carrinhas para carregar  os computadores  e  livros.
 
Fonte: Club-k.net
 
Para proteger supostos segredos de JES
 
Levou  também, para a sua casa,  um acervo de livros pertencentes  ao malogrado general Mário Plácido Cirilo de Sá (Ita),  seu antecessor na secreta militar. 
 
 
Na  semana passada, o general António José Maria recusou entregar as pastas ao seu sucessor general tenente-general Apolinário José Pereira, a  pretexto de querer  preservar supostos segredos do ex-Presidente José  Eduardo dos Santos.  
 
 
Antes de ser exonerado o general António José Maria estava empenhado em compilar  um   livro sobre a história da batalha do Cuito Cuanavale destinado a enaltecer os feitos do Presidente José Eduardo dos Santos como suposto estratega militar que na versão do regime derrubou o regime do apartheid na África do Sul e soltou  Nelson Mandela da prisão. 
 
 
Neste livro que estava previsto ser lançado antes  das  eleições de Agosto passado, o general José Maria descreve o Presidente José Eduardo dos Santos, como “Pessoa de Bem, Defensor do Povo, Protector do Estado e o Melhor de todos nós.” O livro tem como “ghost-writer”, o jornalista português Artur Queiroz. A compilação  da  obra   contou ainda com apoio do tenente-general Carlos Miguel de Sousa Filipe e do brigadeiro Alberto Noé Alfredo que ajudaram-lhe na pesquisa de bibliografias.
 
 
 Os funcionários da secreta acreditam/suspeitam  que o general Zé Maria guardou os trabalhos deste livro nos computadores da instituição e que o levaram a levar para a sua casa como medida de preservar os “supostos segredos” de JES, que ele diz guardar e que o levaram a recusar proceder a entrega de pastas.